domingo, 1 de julho de 2018

Figueira de Castelo Rodrigo recebe a seis de Julho o antropólogo António Vermelho do Corral para apresentação pública de Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana


Com a única intenção de promover os autores da geografia que lhe pertence desde a sua fundação (1905), a Casa regional de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediada em Lisboa, lançou a 25 de Maio passado, uma Antologia de Autores transmontanos, Durienses e da Beira transmontana, por altura do IV Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado no Pavilhão da Ciência Viva, no Parque das Nações, em Lisboa.
E nesse sentido contactou os 36 municípios dessa imensa região para apresentar o volume à população. Já responderam positivamente nove: Figueira de Castelo Rodrigo, Armamar, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Bragança. Dois da margem sul do Douro e sete da margem Norte.
Dia seis de Julho será o volume apresentado em Figueira de Castelo Rodrigo (o primeiro município a responder ao repto da CTMAD), na Casa da Cultura, pelas 15H, pelo Antropólogo e docente universitário António Vermelho do Corral, de cujo texto antológico respigamos:

“Neste contexto pretendemos trazer à colação, alguns aspectos de natureza etnográfica que de uma maneira geral enformam o território em apreço e marcaram de uma maneira indelével, o processo formativo da minha personalidade de base, porquanto, preencheram a minha infância até à idade adulta, fazendo um longo percurso de fronteira, com residências fixas temporárias. Portanto, vivências e aprendizagem cultural em zonas ribeirinha, transmontana, alto duriense e beirã transmontano-ribacudana. O povoamento na região é do tipo aglomerado.
Duas famílias raianas de Riba Côa tradicionalmente mantiveram linhas diferentes sob o ponto de vista profissional: pelo lado materno, uma classe de almocreves de longo curso. Ambas, porém, tendo um ponto comum, a cidade do Porto. De um extremo ao outro do país. A linha de almocreves detinha um «comboio» de mulas que, ligando a rédea de uma à cauda da outra, percorria caminhos difíceis, pedregosos, de poeira e lama, através de montes e vales, que, partindo de Escalhão, passava por São João da Pesqueira, Peso da Régua, Marco de Canaveses, finalizando no Porto. Levavam os produtos locais: azeite, azeitonas, amêndoa, frutos secos, feijão, grão-de-bico, presuntos, fumeiro, queijo, e outros produtos. Traziam mercearias (açúcar, arroz, massas), bacalhau, sabão, tecidos para homem e mulher, além de bugigangas e artigos vários. Não raro apareciam salteadores com os quais convinha negociar”.


In: Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana, ed.  Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa,  Maio de 2018, p. 171.

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