ENTREVISTA
“Parecia possível acabar com a pobreza e com a
desigualdade. Não é possível!”
Maria José Morgado recusa autodefinir-se, mas afirma
que é uma burocrata sonhadora. Aos 67 anos, a procuradora distrital da comarca
de Lisboa lamenta não ter jeito para ser bon-vivant, dá graças pela “revolução”
por que tanto lutou não ter acontecido e não esconde a emoção ao falar do
marido, o fiscalista Saldanha Sanches: “De certa forma é pacificador estar ao
lado de quem morre.”
ISABEL LUCAS (texto) e MIGUEL MANSO (fotos) 19 de
Julho de 2018,
Não romanceia a sua vida e seria fácil fazê-lo. Por
pudor, sentido crítico e do ridículo, autovigilância permanente. Vive para o
trabalho, para o exercício físico; há os sábados de manhã com os dois netos, de
sete e dois anos, os passeios com a mãe, de 95, as férias em Agosto sempre no
mesmo sítio. É uma sedentária que odeia ter de partir, viciada na disciplina, e
sempre em busca de uma adrenalina que lhe veio dos dias de militância da
extrema...
Uma entrevista que se aconselha. A dado passo diz: " No país, perdeu o sentido ser-se de esquerda ou de direita. Tem mais sentido ser-se honesto".
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