JORGE LAGE |
Os
eventos culturais, desportivos, sociais e promocionais dos produtos
tradicionais sucedem-se a muito bom ritmo em Mirandela. Uns são promovidos pelo
Município, outros pelas Juntas de Freguesia e outros mais de índole
associativo. Agitar um pouco «as águas mornas» do dia-a-dia é sempre bom. Nem
que seja para se provocar uma reflexão sobre o que se fez ou que deve ser
feito. Os eventos devem consolidar passos dados ou projectar um futuro melhore.
Há tendência de se olhar para o desenvolvimento do nosso interior como algo que
tem de ser feito pelo poder central. E não é. O poder central deve ajudar, mas,
o rasgar do caminho áspero tem de ser pelos nossos autarcas. Neste momento,
fruto do trabalho do ex-Presidente Almor Branco e da sua equipa, Mirandela
(cidade) tem tido um ritmo assinalável de obras que o novo poder autárquico
está a dar seguimento natural. Oxalá que sejam bem acompanhadas e que tudo se
faça no previsto, porque o dinheiro sai dos nossos impostos. Mesmo o que dizem
que vem da União Europeia é uma falácia. A Europa não dá nada. Apenas e mal vai
distribuindo o que recebe dos cidadãos de cada país, incluindo em Portugal.
Nenhum político nos dá nada, apenas administram, e às vezes mal, o que recebem
dos contribuintes. Preocupa-me que em muitos eventos, mais a nível das freguesias,
não haja um retorno ao longo do ano. Por exemplo, se S. Pedro Velho promove o
«Festival do Morango e do Vinho» devem ser lançadas pontes promocionais dos
morangos ímpares que ali são produzidos como de excelência. Devia dar-se o
salto de marca de qualidade, orgânica ou biológica, dos morangos. Os morangos
têm de aparecer em vários pontos na promoção. Os produtores devem ser ajudados
pelo Município e pela Junta promovendo os morangos de excelência. Como há
alheiras com rótulo de Mirandela, também os morangos, o pão, os queijos, a
couve, deviam chegar ao consumidor com a indicação de produto de qualidade. No
Canadá e vou com o meu filho ao mercado tradicional ou ao supermercado onde os
produtos de qualidade, orgânicos e biológicos, são destacados. A minha neta,
com três anos, olha para os produtos biológicos como os melhores e pagam-se ao
dobro do preço. Mais importante do que receber bem as individualidades que
visitam os eventos é dar consistência e crescimento aos mesmos. Soube da
recente promoção do «rancho de Mirandela» o que me parece uma medida acertada.
Mas, não se esqueçam que um bom rancho faz-se com bons produtos e talvez
começasse a ser tempo de algumas das nossas casas de pasto darem um salto de
qualidade. Não vejo cultivar erbanços em Mirandela. Há anos que tento comprar
quatro ou cinco quilos de grão e não consigo. Já alarguei a procura ao Planalto
de Mogadouro-Miranda, na esperança de comprar algum e nada.
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