BARROSO da FONTE |
Filomena Martins, que não
conheço mas que não teve papas na língua, respondeu-lhe à letra nas redes
sociais, chamando a atenção para o «relatório da péssima qualidade da
governação». Aí lhe devolveu o espirro ao dizer-lhe que «o problema do
relatório sobre o drama de Pedrógão «não é da péssima qualidade da nossa
informação, mas sim da péssima qualidade da sua governação».
Também o jornalista J. A. Costa Pereira no Blog «Tempo
caminhado» corroborou o trocadilho ao
escrever que «o 25 de Abril deu
para isto: com a liberdade o país e a nação perderam tudo quanto de
prestigiante tinha. E ninguém venha dizer o contrário porque mente. Apontem lá
quem tinha coragem de no fim de uma catástrofe como aquela que se abateu em
Pedrógão Grande, aproveitar o momento para saquear, em seu proveito, o muito ou
pouco que na Câmara Municipal havia. E depois queixam-se de que o António da
Calçada ordenasse que gente desta fosse gozar férias em Peniche, no Tarrafal e
em outros lugares asados para esta gentinha apanhar sol». Filomena Martins
insiste: «admito que António Costa preferisse que todos ignorássemos mais este
grave relatório. Que não considerássemos isso «péssima qualidade da informação.
Lamento, mas não concordamos». Não reconheceu António Costa que foi uma péssima
decisão quando a sua ministra só autorizou 50 das 105 equipas de combate aos
fogos, solicitadas e quando chumbou horas de voo suplementares, mais aviões e
equipas especiais de bombeiros. Como não entendemos, lê-se na mesma fonte que
«depois do que acontecera em Julho, não se tivesse dado mais e melhor
informação prévia e tomadas medidas mais robustas».
Depois das sucessivas trapalhadas dramático-grotescas, de
Pedrógão e de Tancos, sabendo-se que o principal político estava e se manteve
de férias, até às primeiras vítimas; conhecendo-se a gabarolice do ministro do
ambiente que uma semana antes dos incêndios já cantava vitória por falta deles;
depois das piruetas do desaparecimento das armas, granadas e outros materiais
de guerra, do depósito de Tancos, das exonerações dos comandos e da sua
readmissão, semanas depois que moral têm António Costa e seus pares para
descarregar as culpas de tantos e tão
ofensivos falhanços naqueles que formam e informam, com base em factos
indesmentíveis?
António Costa não pode
acusar os jornalistas, nem os órgãos onde eles trabalham. São eles e é o
Presidente da República que nos dois anos que o seu governa leva de mandato
que, através de comentadores residentes em todos as rádios nacionais,
televisões e imprensa escrita lhe cultivam a imagem de bonzinho, ao contrário
do que acontecia no governo anterior, onde as esquerdas, os sindicatos e os
fiéis devotos socratinos, se revezavam nas greves, nas arruadas, nos tumultos
por cada medida que esse governo legítimo e legitimado pelas eleições
seguintes, tomava para devolver aos portugueses a credibilidade que andava
pelas ruas da amargura?
Não acuse os jornalistas
pelos seus fracassos sistemáticos e pelo incumprimento de promessas feitas,
antes, durante e depois da sua chegada ao poder. Foi finório quanto baste para
converter as esquerdas ao seu redil. E, mais que finório, foi bafejado por
qualquer força extra-terrestre por ter sido aluno do atual PR, que o abrigou da
chuva, desde a primeira hora que não só em Paris. Veja se tem astúcia, como
teve em 2014, para manter silenciada a esquerda, os sindicatos, e os socratinos
que estiveram com António José Seguro, quando
foi desleal para com esse seu camarada. Veja se não é «péssima a informação» que o move a
enterrar mais uns milhões no Montepio.
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