Conheço o advogado Fernando Trabulo (FT) há uns
40 anos. É das pessoas que ao cabo de dois dedos de conversa se vê ali um livro
aberto, frontal e de uma grande cultura. É um fozcoense que ama a sua terra e
que a descreve com entusiasmo. Com entusiasmo FT, no livro «Prosas e Sonhos»,
descreve as memórias do Planalto do Bié, da Serra da Cela, Benguela e da Baía
do Lobito, dos anos cinquenta do séc. XX. Estas narrativas encantam quem nunca
pisou aquele saudoso chão, o que fará os que conservam memórias e vivências da
imensa Angola? Aconselho a sua leitura. É, ainda, interessante pra os que
gostam de saber mais sobre os sonhos que nos visitam quando estamos nos braços
de Morfeu. FT descreve vários sonhos em pormenor, além de teorizar. O que mexeu
mais comigo foi ele descrever as suas memórias das terras mágicas da Beira
Trasmontana: Pocinho, V. N. de Foz Côa, Castelo Melhor, Almendra e Figueira de
Castelo Rodrigo. Toda a Beira Interior mexe comigo por dentro e aperta-se-me a
alma de saudade. Só o requeijão artesanal de ovelha de Celorico da Beira Gare
já justificava uma ida àquelas terras sagradas. Mas, a Beira Raiana exerce
sobre mim o mesmo fascínio, como a Serra Mãe ou da Estrela puxam-me para um Céu
na Terra. Os interessados em «Prosas e Sonhos» podem pedir à Casa de
Trás-os-Montes e Alto Douro, em Braga: ctmadembraga@gmail.com.
Penso visitar as Terras do Côa, depois de desafiado pela ex-vereadora Andreia,
deste município. Nos anos cinquena, os famosos sapateiros de V. N. de Foz Côa,
nunca faltavam às concorridas feiras dos 3, 14 e 25, de Mirandela, calçando
meio concelho de Mirandela. Eram muito sérios, o preço justo e o meu pai só
lhes comprava botas a eles e dizia-nos: - Os sapateiros de Foz Côa fazem a obra
boa! E faziam, no preço e qualidade.
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