JORGE LAGE |
Depois de décadas a servir Mirandela e os mirandelenses o
Rev.o António Augusto Ribeiro, de Mazagão, Carrazedo de Ansiães, deixou-nos aos
91 anos de idade, em 31 do mês de Outubro p.p. Aproximei-me mais do Padre
Ribeiro nos anos da presidência municipal de José Gama. Viveu com muita
preocupação e algum incómodo o ruir da velha Igreja Matriz e o reerguer da actual.
A antiga Torre Sineira, da paróquia da Senhora da Encarnação – Mirandela,
apesar de a autarquia presidida por Marcelo Lago, dizer que ameaçava ruína,
teve de ser demolida a dinamite, tal era a sua solidez. Sentiu um enorme
orgulho na reconstrução da actual igreja. Soube pugnar pelos interesses da
paróquia quando a autarquia se preparava para o deixar com uns cubículos da
casa paroquial. Com ele vivi um grande momento de confiança ilimitada.
Informou-me (anos noventa do séc. XX) o Padre Ribeiro que encontrou duas telas
no entulho por trás do altar-mor. Já tinha pedido orçamento a casa do Porto e
ficava em 1.200 contos. Dizia-me que era muito dinheiro e a paróquia não o
tinha. Prontifiquei-me a obter um orçamento ao Domingos R. da Silva (da
Domingos Rodrigues da Silva – Arte Sacra, de Braga - domingosrodsilva@sapo.pt, ou telef.
969005129/253229304, que também restaura, executa ou pinta telas, sendo um
grande retratista, além de sério e meticuloso mestre de arte sacra.) e trouxe-o
a Mirandela. Ao ver as duas telas ficou assustado e disse-me que preferia fazer
quadros novos. Mas para provar a si próprio que era capaz, restaurou e
emoldurou, por 600 contos, a «Coroação de Nossa Senhora» e o «Arcanjo S.
Rafael». Mais que a alegria de ver as telas recuperadas foi o orgulho da
confiança que depositou em mim. O Padre Ribeiro merecia mais atenção depois de
ter resignado. Foi bom Professor, dedicado Pároco e grande fomentador do
Escutismo, ajudando a formar muita da nossa gente. Tinha por ele uma grande
estima e consideração. Obrigado pelo muito que deu às gentes de Mirandela e até
sempre amigo Padre Ribeiro!
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com –
01DEZ2018
Provérbios ou
ditos:
Dezembro vem do latim «december», por ser o décimo
mês do calendário romano, dedicado a Vesta (Héstia dos gregos), deusa do fogo
sagrado, do fogo lar e da cidade. Mês representado com um escravo a levar uma
tocha acesa, alusão às grandes festas Saturnais (duravam 3 a 7 dias, com início
a 17 de Dezembro), fim do ano agrário.
Janeiro deriva do latim «ieruarius» ou
«ianuarius», mês consagrado ao deus Jano (do lat. Ianus), que era representado
com duas caras opostas, como os lados de uma porta (ianua), para olhar o
passado e o futuro. (ver foto)
Cum manhas s’ássam las castanhas. (em
Mirandês)
Caindo o Natal à Segunda-Feira pode o
lavrador alargar a eira.
Janeiro molhado, bom para o tempo, mau
para o gado.
Ninguém sabe o bem que tem, senão depois
de o ter perdido.
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