Miguel Esteves Cardoso - Público
Tenho a
mania de comprar guias porque se não prestam dá muito prazer denunciar as
aldrabices que se encontram.
Os guias
Bom Cama Boa Mesa do Expresso são muito inconsistentes, havendo alguns que são
meramente publicitários e outros que são fundamentais para quem gosta de comer
e dormir bem.
O mais
recente — Tascas e Petiscos, coordenado por Paulo Brilhante — é capaz de ser o
melhor de sempre. Para já, porque segue um critério editorial muito bem
definido e organizado. Merece mesmo um lugar no porta-luvas, ao lado do
trabalho brilhante (e pioneiro) de Mafalda César Machado: o Guia Tascas de
Portugal.
A
primeira grande qualidade é falar de tascas de que nunca ouvi falar. Depois não
se alonga em críticas e considerações: refere apenas o essencial, como os
pratos que têm mais saída. Eis uma virtude cada vez mais rara: a concisão.
Resultado: o livro é gordinho mas está cheio de restaurantes. Fica-se com
vontade de ir a estas tascas todas, pensando que devem ser tão boas como
aquelas que conhecemos e que justamente aqui figuram.
Tem também
sugestões deliciosas de muitos grandes chefes portugueses, feitas com cuidado e
sabedoria. Ao contrário do que muitas vezes acontece não estão a recomendar os
restaurantes dos amigos da profissão. Cada um aposta em três tascas e algumas
destas aparecem várias vezes em listas diferentes, tornando-se mais
convidativas por causa disso.
O livro
custa dez euros muito bem gastos.
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