BARROSO da FONTE |
No dia em que o Parlamento –
finalmente e às pinguinhas – elegeu os dois nomes indicados pelo PS para o
Conselho Regulador da ERC (até agora dirigido por Carlos Magno), adquiri um
livro que nessa noite de 27/11, me inspirou esta breve nota. É seu autor o
Jornalista Ribeiro Cardoso (homónimo do Director do Povo de Fafe) e o título é:
O 25 de Novembro e os media Estatizados – uma história para contar.
Uma obra que chegou tarde mais
ainda a tempo de eu próprio a poder ler e comentar. Revejo-me nela porque se
desenrolou no tempo em que eu (cá pelo norte) travava outras guerras, com
outros guerreiros e também por idênticas razões. Também eu tive a sorte de
combater, com outros, no meu pelotão de gente higienizada de ideias e de
patriotismo, alguns «David Lopes, Barros e Saramaguices» que desfilam, muito
bem revisitados, neste livro de Ribeiro Cardoso, com que assinala o 25 de
Novembro de 1975, com toda a oportunidade e isenção.
Estava eu num agrupamento
geográfico diferente, não só pelo espaço como pelas companhias. Cá pelo norte a
revolução dos cravos fez-se sem «emboscadas», ou golpes de mão. Também o
terreno estava armadilhado, com granadas ofensivas. Mas os guerrilheiros não
sabiam manejar a bazuca, nem tirar a cavilha da bojarda que lhes rebentou nas
mãos. Volvidos 42 anos anos, deleito-me com a reversão dos métodos que lhes
infringiram frustrações, amargos de boca, suspiros e calafrios intestinais. Os
saneamentos selvagens de colegas de trabalho; o encerramento de jornais como
foram os casos do «Diário de Notícias, do Século e da República»; os mandatos de captura em branco, pelo Copcon; a
matança da Páscoa e os militares «penetras que nunca cheiraram Abril», mas
estiveram à frente de quase tudo, fazendo as delícias de muitos que«assaltaram
os valores materiais e morais da Portugalidade, deixando o chão que pisamos,
mais esfarrapado do que capa de pedinte, como Francisco Rodrigues Lobo disse da Língua Portuguesa.
Esta revisitação ao PREC que o 25 de
Novembro esconjurou, como o Padre Fontes, faz às bruxas nos congressos de Vilar
de Perdizes, retemperou o meu desalentado patriotismo e regurgitou a imagem que
me ficou, quando a AR, por escassos votos não me elegeu para o Conselho de
Imprensa. Antes que me sujeitasse a um segundo vexame, solicitei a quem havia
proposto a minha candidatura para que me substituíssem, o que aconteceu.
Também o dia 27 de Novembro serviu para
eleger para o mesmo órgão, agora com o nome de ERC, dois respeitados membros
indicados pelo PS: Mário Mesquita e João Pedro Figueiredo. A AR adiara, desde
há largos meses, a formação do novo Conselho Regulador. O PSD já havia
indicado: Francisco Azevedo e Silva e Fátima Resende Lima. São todos eles
dignos representantes nos diversos cargos que desempenharam. E encerro esta
breve nota porque também Ribeiro Cardoso, os cita, positivamente, neste
criterioso livro de 432 páginas.
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