Ontem o Presidente
Marcelo esteve no Congresso das escolas na Fundação Calouste Gulbenkian. E o
que disse? Aquilo que se sabe. Que os Portugueses colocam educação em segundo
plano. Disse mesmo que os portugueses não dão primazia à educação como
prioridade nacional no momento em que votam. Considera mesmo que há necessidade
de sensibilizar a população para uma maior defesa da educação. E tudo porque se
mudam programas, processos de avaliação a toda a hora, e por aí adiante.
E já no final dos
trabalhos defendeu que Portugal deve apostar no ensino profissional e na
educação de adultos.
Aquilo que o Presidente
disse é óbvio. Como é óbvio que ninguém está interessado em mudar nada. Como no
clássico de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, O
Leopardo, se a memória nos não falha, dizia-se que era preciso mudar alguma
coisa para que tudo ficasse na mesma. Dizia-o Don Fabrizio, príncipe de Salina,
junto do seu fiel companheiro de caça, o cão Bendicò.
Na mesma para os do
costume. E isso é óbvio, porque neste torrão luso, a impunidade faz parte da
gamela dos de sempre. Ninguém é chamado a contas.
Alguém
chamou a contas a responsável por criar nos portugueses, a imagem que hoje têm
dos docentes? Alguém chamou a contas os responsáveis de
uma reforma educativa medíocre, realizada em 2009, feita
em meses, quando devia demorar uma década? Alguém chamou a contas os
responsáveis dessa reforma baseada num país da América Latina, o Chile?
Alguém chamou a contas os responsáveis por retirarem décadas de anos de serviço
aos docentes, contando-lhes apenas sete anos de curriculum? Alguém chama a
contas os responsáveis por retirarem, escabrosamente, uma década de tempo de
serviço aos docentes, o tempo de congelamento? Alguém chama a contas os responsáveis por implantarem um
sistema (experimental) soviético (com cerca de um século!) na educação
portuguesa? Alguém chamou a contas aqueles que impediram profissionais de
mérito de progredirem na carreira, para promoverem medíocres amigos? Ninguém.
Porque todos comem da mesma gamela! E, em Portugal, contam-se pelos dedos aqueles que prosperam por mérito! Então na classe docente, nem é bom falar!
Quem
chamou a contas aqueles que, durante uma década, defenderam a governança de
José Sócrates, contribuindo para a
BANCARROTA de 2011? Ninguém!
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