sábado, 4 de novembro de 2017

Presidente da República no Congresso das escolas na Fundação Calouste Gulbenkian


Ontem o Presidente Marcelo esteve no Congresso das escolas na Fundação Calouste Gulbenkian. E o que disse? Aquilo que se sabe. Que os Portugueses colocam educação em segundo plano. Disse mesmo que os portugueses não dão primazia à educação como prioridade nacional no momento em que votam. Considera mesmo que há necessidade de sensibilizar a população para uma maior defesa da educação. E tudo porque se mudam programas, processos de avaliação a toda a hora, e por aí adiante.
E já no final dos trabalhos defendeu que Portugal deve apostar no ensino profissional e na educação de adultos.
Aquilo que o Presidente disse é óbvio. Como é óbvio que ninguém está interessado em mudar nada. Como no clássico de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, O Leopardo, se a memória nos não falha, dizia-se que era preciso mudar alguma coisa para que tudo ficasse na mesma. Dizia-o Don Fabrizio, príncipe de Salina, junto do seu fiel companheiro de caça, o cão Bendicò.
Na mesma para os do costume. E isso é óbvio, porque neste torrão luso, a impunidade faz parte da gamela dos de sempre. Ninguém é chamado a contas.
Alguém chamou a contas a responsável por criar nos portugueses, a imagem que hoje têm dos docentes? Alguém chamou a contas os responsáveis de uma reforma educativa medíocre, realizada em 2009, feita em meses, quando devia demorar uma década? Alguém chamou a contas os responsáveis dessa reforma baseada num país da América Latina, o Chile? Alguém chamou a contas os responsáveis por retirarem décadas de anos de serviço aos docentes, contando-lhes apenas sete anos de curriculum? Alguém chama a contas os responsáveis por retirarem, escabrosamente, uma década de tempo de serviço aos docentes, o tempo de congelamento? Alguém chama a contas os responsáveis por implantarem um sistema (experimental) soviético (com cerca de um século!) na educação portuguesa? Alguém chamou a contas aqueles que impediram profissionais de mérito de progredirem na carreira, para promoverem medíocres amigos? Ninguém. Porque todos comem da mesma gamela! E, em Portugal, contam-se pelos dedos aqueles que prosperam por mérito! Então na classe docente, nem é bom falar!

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