quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Até os mortos do Panteão incomodam a geringonça


BARROSO da FONTE
O país vive sem rei nem roque. Tudo por causa da geringonça. António Costa deixou-se seduzir pelas sereias do BE. E, por cada decisão que toma, tem de violar o refrão que, jurou seguir: «palavra dada é palavra honrada».
 Sem tirar nem por. Foi vedeta na abertura da Web Summit. Tudo ia correr bem porque «ele era o primeiro ministro». Disse o que disse a brincar, mas saiu-se mal. Quando soube que o jantar de encerramento desse acontecimento iria ser realizado no Panteão Nacional, Costa arrepiou caminho e, antes que as manas Mortágua e a Catarina Martins lhe toldassem o discurso, surgiu ele a gritar contra a indignidade. Que era uma afronta aos mortos mais famosos do império português!
  Só aí se apercebeu de que o Web Summit fora realizado em Portugal por decisão do Governo de Passos Coelho. E que, indiretamente, os êxitos desse evento, seriam creditados na conta do seu adversário, mais temível como o demonstraram as últimas legislativas.
 Antes que aquelas sereias o admoestassem pela permissão do jantar à luz das velas, em sítio tão propenso para os gritos satânicos, eis que A. Costa apontou logo os holofotes para ex-Secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier que produzira o Despacho para aquele e todos os museus, palácios e sítios públicos. Foi então que Costa retirou a indignidade satânica que propalara contra aquele governante de direita, sem coragem para demitir o Ministro de cultura ou a diretora do Panteão. Pois se ele não teve coragem para demitir os ministros da defesa e da saúde como pode demitir aquela dirigente?
Pelos vistos A. Costa está muito mal assessorado. Porque nesse mesmo Panteão já ele jantara quando foi Presidente da Câmara de Lisboa. E a lei que foi feita pelo ex-Secretário de Estado, não foi contestada. Era extensiva a  todos os espaços públicos suscetíveis de terem interesse para gerar receita. E o primeiro ministro não pode, nem tem moral, para reprimir seja quem for por, desconhecer as regras do país pelo qual é responsável.
 Como cidadão tenho direito e força moral para deplorar mais esta peripécia política de A. Costa.
Explico-me e estou pronto a repeti-lo seja onde for.
  Em1990 fui nomeado diretor do Paço dos Duques de Bragança (em Guimarães). Encontrei uma gestão ruinosa da ordem dos 15/20 mil contos. Para que seis anos depois deixasse lucros  equivalentes àquele montante, tive que, pela primeira vez na História daquele Monumento, recorrer ao aluguer do átrio e salões do rés-do-chão. Sem prejuízo de qualquer espécie, transformei o Paço na Casa de Cultura que Guimarães não tinha e no espaço mais nobre da cidade, para receções, casamentos, convívios e saraus musicais. Rendia tanto essa inédita valência, como os ingressos no Museu. Tal experiência quase me crucificou na imprensa e fora dela. António Costa estava ao lado de Jorge Sampaio, ao tempo secretário geral do seu partido, que distribuiu panfletos contra mim, através da secção local. Acusavam-de que eu vinha de pastor de vacas para  dar cabo da Corte Real. Prova-se, agora, que o guardador de vacas, afinal andava, quase trinta anos, à frente do atual primeiro ministro que já jantara  no Panteão quando era Presidente da Câmara de Lisboa e que não teve sensibilidade bastante para perguntar que geringonça era aquela?
Como pode continuar a reclamar que, para ele: «palavra dada é palavra honrada»? Pelo menos tenha a  hombridade de pedir desculpa aos portugueses pela indignidade que atribuiu aos organizadores do Web Summit.

                                                                                                          

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