As 4 mil e tal páginas
que resumem a investigação sobre o processo Marquês mostram-nos a podridão e o
pântano em que a Nação portuguesa tem vivido nestas últimas duas décadas, com
predomínio do período em que José Sócrates dominou os destinos do país. Diremos
mesmo, mostram-nos como três dezenas de salafrários procuraram redistribuir
entre si a riqueza que pertencia a 10 milhões de cidadãos.
Estes cerca de 30
salafrários correspondem, no cortejo dos
rendimentos (livro publicado em 1971), imaginado pelo economista holandês,
Jan Pen, à altura de 15 a 30 quilómetros. O cortejo inicia com indivíduos de
altura negativa que logo são substituídos por indivíduos do tamanho de um
fósforo. São, pois, indivíduos que se estão borrifando para o seu semelhante, o
seu concidadão. O que lhes interessa dois séculos de investigação séria sobre
redistribuição de riqueza? O que lhes interessa Nozick, Rawls, Stuart Mill, Locke,
von Hayek, ou mesmo o utilitarismo do mercado livre? Nada.
Uma vergonha nacional.
Qualquer individuo decente se sente envergonhado. A falta de ética e a falha
moral destes salafrários é inqualificável. Indivíduos sinistros a quem tudo foi
permitido. Aclamados por grupos de cidadãos, defendidos por uma imprensa
corrupta (contam-se pelos dedos de uma mão os jornalistas e comentadores que, à
época, tiveram a coragem da denúncia), fizeram o que quiseram. E o pior é que o
país continua hoje a ser regido por leis e “reformas” realizadas por essa
gente! Não foi por acaso que Sócrates e os seus esbirros procuraram controlar a
comunicação social, provocando casos como o de Manuela Moura Guedes; não foi por acaso que, com “reformas”
estapafúrdias, procuraram enlodar o ensino, alicerçando-o em normas copiadas de
sistemas terceiro-mundistas (Chile), em vez de fundamentações desenvolvidas em
países como os do Norte Europeu! Enlodando o ensino (como o fez a dona Maria de
Lurdes), colocando gente medíocre nos lugares de direcção, trucidaram os
espíritos livres e criaram gerações de ignorantes. Isto permitiu-lhes
fazer as vigarices que fizeram, dando cabo de um país e de milhões de cidadãos.
O livro de Jason Brennan
surge na altura certa. Intitulado “Contra a Democracia”, desenvolve uma
argumentação inteligente defendendo a epistocracia, o governo dos sábios. O tal
defendido por Platão há cerca de 2500 anos!
Logo a seguir à noticia
do dia, os do costume, aqueles que ao tempo lambiam as botas a essa gente (e
que continuam a dominar os horários de comentário) logo vieram atacar a
Procuradoria (que fez o seu dever). A dona Clara Ferreira Alves, os senhores
Pedro Adão Silva e Pedro Marques Lopes, e por aí adiante. Sabe-se que a senhora
Clara andou para aí a fazer parcerias (de escrita!) com a filha do senhor
Armando Vara, o senhor Adão Silva foi mandatário de Sócrates, e o senhor
Marques Lopes ficou enraivecido porque Pedro Passos Coelho não lhe ofereceu o
que ele queria. E a macambúzia da dona Constança e Sá pouco ou nada trás ao
debate – apenas um certo ódio ao PSD e ao CDS (porquê?). Já agora, também a dona Fernanda Câncio, arrolada no processo Marquês, anda para aí a debitar aldrabices sobre a governação anterior à de Costa, Jerónimo e Catarina. Deve ser por causa do ex-namorado! Nada de novo debaixo
do Sol!
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