sábado, 14 de outubro de 2017

Três dezenas de salafrários


As 4 mil e tal páginas que resumem a investigação sobre o processo Marquês mostram-nos a podridão e o pântano em que a Nação portuguesa tem vivido nestas últimas duas décadas, com predomínio do período em que José Sócrates dominou os destinos do país. Diremos mesmo, mostram-nos como três dezenas de salafrários procuraram redistribuir entre si a riqueza que pertencia a 10 milhões de cidadãos.
Estes cerca de 30 salafrários correspondem, no cortejo dos rendimentos (livro publicado em 1971), imaginado pelo economista holandês, Jan Pen, à altura de 15 a 30 quilómetros. O cortejo inicia com indivíduos de altura negativa que logo são substituídos por indivíduos do tamanho de um fósforo. São, pois, indivíduos que se estão borrifando para o seu semelhante, o seu concidadão. O que lhes interessa dois séculos de investigação séria sobre redistribuição de riqueza? O que lhes interessa Nozick, Rawls, Stuart Mill, Locke, von Hayek, ou mesmo o utilitarismo do mercado livre? Nada.
Uma vergonha nacional. Qualquer individuo decente se sente envergonhado. A falta de ética e a falha moral destes salafrários é inqualificável. Indivíduos sinistros a quem tudo foi permitido. Aclamados por grupos de cidadãos, defendidos por uma imprensa corrupta (contam-se pelos dedos de uma mão os jornalistas e comentadores que, à época, tiveram a coragem da denúncia), fizeram o que quiseram. E o pior é que o país continua hoje a ser regido por leis e “reformas” realizadas por essa gente! Não foi por acaso que Sócrates e os seus esbirros procuraram controlar a comunicação social, provocando casos como o de Manuela Moura Guedes; não foi por acaso que, com “reformas” estapafúrdias, procuraram enlodar o ensino, alicerçando-o em normas copiadas de sistemas terceiro-mundistas (Chile), em vez de fundamentações desenvolvidas em países como os do Norte Europeu! Enlodando o ensino (como o fez a dona Maria de Lurdes), colocando gente medíocre nos lugares de direcção, trucidaram os espíritos livres e criaram gerações de ignorantes. Isto permitiu-lhes fazer as vigarices que fizeram, dando cabo de um país e de milhões de cidadãos.
O livro de Jason Brennan surge na altura certa. Intitulado “Contra a Democracia”, desenvolve uma argumentação inteligente defendendo a epistocracia, o governo dos sábios. O tal defendido por Platão há cerca de 2500 anos!
Logo a seguir à noticia do dia, os do costume, aqueles que ao tempo lambiam as botas a essa gente (e que continuam a dominar os horários de comentário) logo vieram atacar a Procuradoria (que fez o seu dever). A dona Clara Ferreira Alves, os senhores Pedro Adão Silva e Pedro Marques Lopes, e por aí adiante. Sabe-se que a senhora Clara andou para aí a fazer parcerias (de escrita!) com a filha do senhor Armando Vara, o senhor Adão Silva foi mandatário de Sócrates, e o senhor Marques Lopes ficou enraivecido porque Pedro Passos Coelho não lhe ofereceu o que ele queria. E a macambúzia da dona Constança e Sá pouco ou nada trás ao debate – apenas um certo ódio ao PSD e ao CDS (porquê?). Já agora, também a dona Fernanda Câncio, arrolada no processo Marquês, anda para aí a debitar aldrabices sobre a governação anterior à de Costa, Jerónimo e Catarina. Deve ser por causa do ex-namorado! Nada de novo debaixo do Sol!

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