“Para
que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”
Edmund
Burke
Se o congelamento das carreiras foi uma medida
execrável –FASCISTA – por razões que já neste espaço se explicou, o método
anunciado hoje para o seu descongelamento só pode ser adjectivado da mesma
forma.
A noticia de hoje com titulo, “Estado: 23 mil
sem avaliação penalizados nas progressões”, demonstra bem em que estado está a Nação.
As carreiras da Função Pública foram congeladas
muito antes de 2010, ao contrário do que refere o artigo do jornal Público.
Existem funcionários públicos que têm a sua carreira congelada há 15 anos,
exactamente pelas arbitrariedades fascistas
introduzidas no sistema no tempo do sr. José Sócrates. E que, pelos vistos,
continuam actuais neste governo da “geringonça”, mais FASCISTA que o regime do
Doutor Salazar!
A isto Ana Avoila apenas aconselha os
funcionários a recorrer da decisão! Fosse outro o governo e estaria já em
acções de luta!
Em nenhum país civilizado (ocidental), onde a
corrupção é residual, se conhece medida idêntica (não vale a pena os avençados
comentarem o contrário porque estamos muito bem documentados), mas mesmo
naqueles onde houve alguns resquícios, tiveram a lucidez para nunca apreciarem
avaliações de anos de “congelamento”, como é óbvio em sociedades cujo objectivo
é o do bem geral e não o prejuízo dos seus concidadãos. Outros itens são muito
mais importantes. Pelo contrário, o Estado português é um dos Estados mais corruptos da Europa.
Num Estado com estas características, todas as
arbitrariedades, todas as patifarias são permitidas. E todos os interesses
prejudiciais ao bem geral são aplaudidos pelos seus beneficiários.
Num país onde predomina um mínimo de sentido de
justiça, são as instituições as responsáveis pela avaliação dos seus
funcionários e não o contrário. Embora o funcionário, perante a "lei", possa pedir a sua avaliação, não é obrigado a fazê-lo. Mas a instituição deve ser obrigada a avaliar os seus funcionários regularmente, não a pedido destes, mas por imposição de excelência da mesma. Num país corrupto cola-se a responsabilidade ao
funcionário e não à instituição.
Como tal, neste caso hoje anunciado, é aos dirigentes das instituições (e não aos funcionários) que se devem pedir meças.
Como tal, neste caso hoje anunciado, é aos dirigentes das instituições (e não aos funcionários) que se devem pedir meças.
Se nas empresas prósperas se seguisse este sistema,
em meia dúzia de meses entrariam em falência.
A este propósito é bom lembrar o seguinte: conhecemos
bem, em termos históricos, os Decretos do Antigo Regime (do Doutor Salazar),
que incidiam na repressão, incluindo a dos costumes. Uma professora, por
exemplo, só podia casar com determinado individuo, com autorização do
Ministério da Educação. E o individuo tinha de declarar que possuía rendimentos
parecidos aos da consorte. Conhecemos isso muito bem, e muito mais. Como conhecemos
o processo execrável das expulsões de 1935 e 1947, que incidiram sobre
funcionários públicos onde se inseriam professores dos diversos graus,
funcionários de diversas categorias e militares. Mas era um regime de ditadura!
Mas para que se entenda a alarvidade a que os
funcionários públicos têm sido sujeitos neste regime “democrático”, em governos
socialistas, convém lembrar o seguinte: em 1935 foram impedidos de prosperar,
se a memória nos não falha, 34 funcionários, ou seja, 34 famílias. E em 1947,
42 indivíduos (42 famílias) – 21 professores, 10 intelectuais e 11 militares.
Em suma, nessas duas purgas fascistas foram impedidos de prosperar 76 indivíduos
(76 famílias).
Quantos indivíduos (e famílias) são impedidos de prosperar
neste regime “democrático”, com esta medida FASCISTA?
Desta forma jamais sairemos do limiar da BANCARROTA, com o impedimento de prosperarem funcionários com as mais elevadas qualificações!
Não há ninguém dos sábios (se é que ainda os temos)
que ponha cobro a estas patifarias?
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