TEÓFILO MINGA |
Foi um dos grandes bispos do meu tempo de Universidade el Lisboa. Os seus temas eram os meus temas e os de muitos universitários católiao d então. Entusiasmava-nos o seu discurso, o seu sentido pastoral, a sua coragem perante governantes adormecidos, ou "em festança" como digo no poema, a sua proximidade das pessoas.
Hoje no momento da sua Páscoa, recordo-o com especial carinho, agradeço-lhe tudo o que ele foi para mim, nos meus anos de formação universitária e rezo por ele.
Tal como para Dom António Francisco, escrevo este poema à sua memória. Que de junto de Deus, continue a interceder pelos seus pobr, pelos que tem fome, por todos os desfavorecidos da terra,
Mais uma ve, um abraço amigo aqui de terras de Rio Negro, onde segue o capitulo geral dos Imaos Maristas. Estamos na terceira semana de trabalho. Na proxima haverá eleiços de Superior geral, seu igario e Conselho geral. Uma oraçõa vossa pelo nosso capítulo é bem vinda. Muito obrigado.
Teófilo
Dom Manuel Martins
Morreu Dom
Manuel Martins,
Ouço hoje na
informação.
Muito perto
dele que éramos afins
Em muitos
pontos, na minha formação!
Eram os
tempos da minha Universidade
E ele Bispo
de Setúbal, especial cidade! (1)
Cheio de
coragem foi o “Bispo vermelho”.
Sempre
levantou a voz contra a pobreza.
Para ele era
apenas viver o Evangelho
Que devia
emergir e toda a sua beleza!
Em Setúbal,
ficou por vinte e três anos,
Lutando
sempre pelos Direitos Humanos! (2)
“Eis, sou
Bispo de Setúbal, Setúbal sou!. (3)
Como Bispo
esta foi sempre a sua identidade:
Com o seu
povo de tal maneira se misturou
Que era UM
com ele e também com a cidade.
Assumiu
nesta zona todos os conflitos,
Em favor dos
pobres eram os seus gritos! (4)
Soube dar aos
seus uma viva esperança,
Pela força
da sua palavra reta, sem medo,
Dizendo aos
governantes, por aí em festança,
Que havia
gente vivendo em total degredo.
Havia fome,
havia pobreza por estes lados:
Essa gente
era a gente dos seus cuidados!
Poderiam
dizer NÃO os governantes distraídos,
Muitas vezes
interessados em suas mordomias!
Dom Manuel
aí estava com os desfavorecidos,
Partilhando
com eles vida, tristezas e alegrias.
Profeta e apóstolo da liberdade e da justiça,
Profeta e apóstolo da liberdade e da justiça,
Obrigado
pelo exemplo e tua palavra insubmissa! (4)
Teófilo,
Rio Negro (Colômbia), 25
de setembro de 2017
1) Ainda há bem pouco tempo éramos
informados da morte inesperada de Dom António Francisco, Bispo do Porto
(faleceu em 11 de setembro de 2017). Hoje somos informados da morte de Dom
Manuel Martins, primeiro Bispo de Setúbal, de 1975 a 1998.
A afinidade de que falo nesta estrofe vem
dos temas sociais que D. Manuel Martins sempre defendeu logo após ser nomeado Bispo
de Setúbal. Na altura eu frequentava a Universidade em Lisboa e os temas
sociais estavam no coração de muitos estudantes inspirados na sua vida também
pela vivência do Evangelho.
2) Devido à sua coragem e ousadia em falar
em favor dos pobres, dos que tinham fome, dos desfavorecidos, de uma maneira
geral, foi muito depressa apelidado por uma certa imprensa de BISPO VERMELHO. A
sua luta foi sempre pela dignidade humana e sabemos como tantas vezes esta é
desrespeitada. Mesmo no distrito de Setúbal onde foi Bispo.
3) Parece ter sido um conselho de Dom
António Ferreira Gomes, na altura Bispo do Porto, lhe terá dito: “Sê Setúbal,
em Setúbal”. E a chegar terá dito: “Nasci Bispo em Setúbal, agora sou de
Setúbal”.
4) De um modo geral. Dom Manuel Martins foi
sempre uma voz muito incómoda para o poder político da altura que afirmava que
não havia fome nem pobreza em Portugal. Como poderia ser assim se Dom Manuel
“tocava” esses problemas todos os dias?
5) A proximidade das pessoas e a coragem da
denúncia profética foram características pastorais de Dom Manuel Martins.
Conquistou o coração das pessoas com quem vivia, amava essas pessoas, soube
defendê-las estando atento às suas necessidades e sobretudo à sua dignidade que
sempre defendeu.
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