terça-feira, 26 de setembro de 2017

Dom Manuel Martins


TEÓFILO MINGA
Ainda há bem pouco tempo fomos surprendidos pela morte de Dom Antonio Francisco (11 de setembro). HOje 25de setembro somos informados da morte de D. Manuel Martins.
Foi um dos grandes bispos do meu tempo de Universidade el Lisboa. Os seus temas eram os meus temas e os de muitos universitários católiao d então. Entusiasmava-nos o seu discurso, o seu sentido pastoral, a sua coragem perante governantes adormecidos, ou "em festança" como digo no poema, a sua proximidade das pessoas.
Hoje no momento da sua Páscoa, recordo-o com especial carinho, agradeço-lhe tudo o que ele foi para mim, nos meus anos de formação universitária e rezo por ele.
Tal como para Dom António Francisco, escrevo este poema à sua memória. Que de junto de Deus, continue a interceder pelos seus pobr, pelos que tem fome, por todos os desfavorecidos da terra,
Mais uma ve, um abraço amigo aqui de terras de Rio Negro, onde segue o capitulo geral dos Imaos Maristas. Estamos na terceira semana de trabalho. Na proxima haverá eleiços de Superior geral, seu igario e Conselho geral. Uma oraçõa vossa pelo nosso capítulo é bem vinda. Muito obrigado.

Teófilo

Dom Manuel Martins

Morreu Dom Manuel Martins,
Ouço hoje na informação.
Muito perto dele que éramos afins
Em muitos pontos, na minha formação!
Eram os tempos da minha Universidade
E ele Bispo de Setúbal, especial cidade! (1)

Cheio de coragem foi o “Bispo vermelho”.
Sempre levantou a voz contra a pobreza.
Para ele era apenas viver o Evangelho
Que devia emergir e toda a sua beleza!
Em Setúbal, ficou por vinte e três anos,
Lutando sempre pelos Direitos Humanos! (2)

“Eis, sou Bispo de Setúbal, Setúbal sou!. (3)
Como Bispo esta foi sempre a sua identidade:
Com o seu povo de tal maneira se misturou
Que era UM com ele e também com a cidade.
Assumiu nesta zona todos os conflitos,
Em favor dos pobres eram os seus gritos! (4)

Soube dar aos seus uma viva esperança,
Pela força da sua palavra reta, sem medo,
Dizendo aos governantes, por aí em festança,
Que havia gente vivendo em total degredo.
Havia fome, havia pobreza por estes lados:
Essa gente era a gente dos seus cuidados!

Poderiam dizer NÃO os governantes distraídos,
Muitas vezes interessados em suas mordomias!
Dom Manuel aí estava com os desfavorecidos,
Partilhando com eles vida, tristezas e alegrias.
Profeta e apóstolo da liberdade e da justiça,
Obrigado pelo exemplo e tua palavra insubmissa! (4)


Teófilo,
Rio Negro (Colômbia), 25 de setembro de 2017

1)    Ainda há bem pouco tempo éramos informados da morte inesperada de Dom António Francisco, Bispo do Porto (faleceu em 11 de setembro de 2017). Hoje somos informados da morte de Dom Manuel Martins, primeiro Bispo de Setúbal, de 1975 a 1998.
A afinidade de que falo nesta estrofe vem dos temas sociais que D. Manuel Martins sempre defendeu logo após ser nomeado Bispo de Setúbal. Na altura eu frequentava a Universidade em Lisboa e os temas sociais estavam no coração de muitos estudantes inspirados na sua vida também pela vivência do Evangelho.
2)    Devido à sua coragem e ousadia em falar em favor dos pobres, dos que tinham fome, dos desfavorecidos, de uma maneira geral, foi muito depressa apelidado por uma certa imprensa de BISPO VERMELHO. A sua luta foi sempre pela dignidade humana e sabemos como tantas vezes esta é desrespeitada. Mesmo no distrito de Setúbal onde foi Bispo.
3)    Parece ter sido um conselho de Dom António Ferreira Gomes, na altura Bispo do Porto, lhe terá dito: “Sê Setúbal, em Setúbal”. E a chegar terá dito: “Nasci Bispo em Setúbal, agora sou de Setúbal”.
4)    De um modo geral. Dom Manuel Martins foi sempre uma voz muito incómoda para o poder político da altura que afirmava que não havia fome nem pobreza em Portugal. Como poderia ser assim se Dom Manuel “tocava” esses problemas todos os dias?
5)    A proximidade das pessoas e a coragem da denúncia profética foram características pastorais de Dom Manuel Martins. Conquistou o coração das pessoas com quem vivia, amava essas pessoas, soube defendê-las estando atento às suas necessidades e sobretudo à sua dignidade que sempre defendeu.

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