Quando um meu livro entra na fase final, isto é
paginar, afinar o título, ilustrar e prepará-lo para a impressão, sou sempre
assaltado por muitas dúvidas e interrogações. Será que vai ficar atractivo?
Como o vai achar o público leitor? E a crítica? Depois são as apresentações que
me deixam nervoso. Vou ter participantes ou irá ser um fiasco? O pior cenário
penso-o sempre para Mirandela. Como quis que o livro se mostrasse na Torre Dona
Chama fiquei desanimadíssimo por ser para mim desconhecida a adesão dos
flamulenses à cultura. Apesar de tudo, a apresentação do livro em Mirandela era
mais favorável, porque dia 3 de Agosto, os mirandelenses da diáspora já
borbulhavam pelos locais mais sociais e tradicionais, antevendo-se a afluência ao
«jantar de mirandelenses» e que é sempre uma montra para alguns brilharem.
Certo é que depois de muitas atenções da Directora da Cultura Municipal, um
pouco antes das 18H00 encaminhei-me para o Museu da Oliveira e do Azeite, sendo
a apresentação do livro «Mirandela Outros Falares» o primeiro acto público.
Tardou mas mostrou-se belo, a pedir meças com outros congéneres pelo mundo
fora. O público amigo e amante da cultura foi chegando e o espaço do Auditório
encheu-se bem até às portas. O apresentador foi o Presidente do Município,
António Branco, que construiu uma narrativa do conteúdo do livro com
profundidade e uma ponta de humor, tornando-se um momento alto da festa deste
novo livro. Numa camisa de sete varas, era como eu me sentia e o tempo correu
célere. Depois, foram os cumprimentos e os autógrafos e umas dezenas de livros
voaram. Passou a primeira grande prova de fogo e o Município tinha ganho a
aposta em editar este meu trabalho de seis anos. Gostava de realçar a amiga (ou
amigos) que veio de Lisboa, da Assembleia da República, de V. N. de Ourém, do
Porto, de Chaves, de Vila Flôr, de algumas aldeias e até do Brasil. Peço
desculpa à deputada mirandelense, Júlia Rodrigues, por não se ter proporcionado
tirarmos uma foto. Queria que fosse a fotógrafa amadora, Elsa, Bizarro, esposa
do Carlos Cordeiro, a tirá-la. Sentir-me-ia muto honrado. Ir apresentar o livro
à Torre Dona Chama foi para mim um desafio maior por ir a um local desconhecido
e por sentir que tenho raízes maternas perto (Agrochão, Ervedosa e Lamalonga).
Pedi à Prof.ª Celeste Pires, dos Vilares, que tratasse com o Presidente da
Junta de Freguesia a forma como vissem melhor. A data caiu no dia 15 de Agosto
pelas 15H30. A data fez-me tremer porque o concelho de Mirandela estava cercado
de festas e romarias e a hora coincidia com o aprontar as procissões. A viagem
de cerca de 170 km deu para conversar com os meus botões e concluir que só um
doido aceitava aquele dia e hora. Mas, pronto, não havia nada a fazer. Depois
de uma generoso almoço feito pela Prof.ª Celeste, com a sua família, os nervos
não me largavam. À hora marcada o Edifício Galeria começou a compor-se e ficou
praticamente cheio. O pesadelo virou magia. A festa do livro iniciou-se com um
minuto de silêncio em memória do escritor Nuno Nozelos, recentemente falecido
e, também, pelos flamulenses que já partiram. Segue-se um vídeo promocional da
Torre, em volta da lenda de Dona Chama. Para elevar a alma um mestre de
concertina dá o tom festivo. Usou da palavra o Presidente, Fernando Mesquita, para
se congratular com o evento. O Vice-Presidente do Município, Rui Magalhães, faz
uma elevada e generosa apresentação. A Prof.ª Celeste referiu organização do
evento e falou sobre o autor. A minha intervenção foi sobre o livro, a feitura
e o grafismo em que as fotos antigas e o texto têm narrativas que se completam
e valorizam. A amiga, M.ª Helena Pires Mariano, encarregou-se de fazer
desaparecer os livros de mão em mão e a quem estou muito grato. Seguiram-se os
autógrafos e um generoso d’honra. Terminada a sessão fui com a parte da minha
família para Lamalonga onde os meus primos Pinheiros (Fernanda, Berta e Raul)
tinham uma lauta merenda para comemorarmos até ao sol se ter ido deitar.
Agradeço ao Município de Mirandela e ao Presidente, António Branco, o terem
editado «Mirandela Outros Falares» e o muito apoio recebido, ao ponto de me
sentir emocionado e muito grato. Grato, ainda, estou à Torre e ao seu
Presidente, bem como a todos os que na Junta e no Município colaboraram nestas
duas iniciativas. Para o meu livro estão desenhar-se mais três apresentações
nas Casas de Trás-os-Montes e Alto Douro de: Lisboa, Porto e Braga.
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com –
21AGO2017
Provérbios ou ditos:
Setembro deriva do latim «september», por ser o
sétimo mês do antigo calendário romano, que começava em Março.
Não
valer uma água de castanhas!
Quem
se aluga no S. Miguel, não é senhor de si quando quer.
Enquanto
a verdade aperta os sapatos, a mentira dá a volta ao mundo.
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