Outros Falares foi divulgado no Portal ALUMNI. |
JORGE LAGE |
Livro,
«Mirandela Outros Falares», apresenta-se - Com a publicação
do livro «Mirandelês», em 2010, encabeçada por Jorge Golias e em 2011, «Falares
de Mirandela», parecia que estava feito todo o levantamento dos nossos falares
concelhios. Mas, como diz o povo, «não há duas sem três», fui ao longo de seis anos
pesquisando, registando notas e remexendo o meu baú da memória e mais nomeadas,
mais ditos, mais expressões e mais palavras foram avolumando a minha recolha.
Impunha-se a publicação de um novo livro sobre a memória imaterial
etnolinguística do concelho de Mirandela. Por isso, vem a público mais um livro
que completa a trilogia desta memória imaterial de Mirandela, muita dela
ausente de registos e assim aparece o novo livro «Mirandela Outros Falares». Na
«Nota Introdutória» o Presidente, António Branco, refere: «Percorremos estas
páginas com ansiedade e surpresa por vezes juvenil, qual criança à descoberta
de um novo tesouro ou adulto em busca e rebusca das suas mais felizes memórias.
Ninguém consegue ficar indiferente. Na memória coletiva dos mirandelenses, na
memória das actuais e vindouras gerações, Jorge Lage e as suas obras serão
sempre referências incontornáveis de uma forma de ser e amar Mirandela». Por
sua vez, Jorge Golias no «Prefácio» diz-nos: «Este livro, «Mirandela, Outros
Falares», é uma festa da memória dos hábitos rurais mirandelenses, das práticas
agrícolas, das pequenas histórias, e de alguma grande história, das canções
antigas, dos sons de um carro de bois ou de uma nória e, sobretudo, do falar
local. (…) E fá-lo com a emoção à flor da pele, muitas vezes se desnudando,
como quando conta pormenores da vida doméstica onde interagiam os membros da
família num espaço limitado, cumprindo regras não escritas, em harmonia com a
natureza, onde o binómio homem-animal era uma cultura específica e muito forte.
A humanização do animal, sobretudo do boi, é uma marca forte aqui
deixada.» Este trabalho foi-me imposto
por um desassossego interior, como refiro na «Nota Explicativa». «Como visco
que se me prende à memória imaterial, herdada dos meus antepassados, fui
tomando notas e do alçapão das recordações «balorentas» continuaram a surgir
vocábulos e expressões que me deixaram mais desassossegado. Habitualmente
surgia a interrogação para os meus botões: – nunca mais me tinha lembrado
disto!»
Tome nota amigo leitor:
Apresentação em Mirandela
- dia 03 de Agosto, Quinta-feira, pelas 18H00, «Mirandela Outros Falares» vai
ser apresentado pelo Presidente do Município, António Branco, no Centro
Cultural de Mirandela.
Apresentação na Torre
Dona Chama - dia 15 de Agosto, Terça-feira, pelas 15H30, «Mirandela Outros
Falares» vai ser apresentado pelo Vice-Presidente do Município, Rui Magalhães,
na Galeria da Junta de Freguesia da vila da Torre Dona Chama.
Estão convidados, para
estes dois eventos culturais, todos os mirandelenses, amigos de Mirandela e da
Torre Dona Chama e amantes da cultura.
Nota das fotos: Vista de
Mirandela na capa do livro, Imagem antiga da Senhora do Amparo – padroeira de
Mirandela e última foto Pelourinho e Berroa da Torre Dona Chama na contracapa.
Provérbios
ou ditos:
Júlio (mais tarde Julho),
de início chamava-se «quintilis» (o 5.º mês) o Imperador Júlio César, quis ter
o seu mês, passando a ser o sétimo mês do ano e o seu sucessor, Octávio Augusto
não se lhe quis ficar atrás e instituiu, também, o seu próprio mês ou de
Augusto. Augusto, era «sextilis», o sexto mês, evoluindo para Agosto, o oitavo
mês do ano.
Quem come do pão que ganha, come sempre do pão que tem; mas
quem guarda mais do que ganha, come sempre o pão de alguém.
A castanha tem de vir dormir ao ouriço dia três de Agosto.
P’la Senhora de Agosto às sete o sol é posto.
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