segunda-feira, 31 de julho de 2017

Uma homenagem em que cabem milhares de estudantes vítimas de repressão da Ditadura


JORGE LAGE

Recebi a informação que a Universidade do Porto homenageou «os estudantes vítimas de repressão da Ditadura». O título sugere que são homenageados todos os estudantes vítimas dos desmandos das «Polícias» antes do 25 de Abril. É difícil encontrar estudantes que não tenham sido incomodados de uma forma ou de outra pelo anterior regime. Bastava estar numa manifestação e todos comiam pela mesma tabela. Por outro lado, parece que os gestos e acções pró-democracia dos estudantes são mais relevantes. Até pode acontecer que uma simples infracção ao código da estrada seja tomada por alguns como uma atitude política repressiva. Se esta moda pega como estratégia de uns atrafechos da geringonça, em Chaves e arredores vai aparecer uma grande e indignada onda humana, já que o Grupo Desportivo de Chaves, os adeptos e os simpatizantes viram-se enxovalhados e agredidos, por na secretaria terem roubado ao Grupo o que tinha conquistado dentro do rectângulo de jogo, a subida à 1.ª divisão de futebol. A revolta foi tal que tiveram de acantonar a polícia de choque no Vidago e aparecia quando a ordem pública era posta em causa. Claro que me vi em apuros e na primeira vez levei comigo, em finais de 1968, o amigo e conterrâneo, Isaltino Morais, só por um golpe de sorte não apanhámos uma carga policial. Desmobilizámos porque a «cassete» estava a ficar gasta e foi passados uns curtos minutos que apareceu uma carga dura sobre os estudantes. Este episódio foi narrado pelo Isaltino ao meu filho, após um jantar de mirandelenses na Assembleia da República. Pessoalmente acho que em vez de nos alardearmos de democratas, passadas décadas, é mais importante sermos cidadãos exemplares, empenhados nos valores humanistas e solidários na construção de um Portugal mais justo. Objectivo que se consegue com muito trabalho para se gerar mais riqueza.

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