A proposta dos socias
democratas para a formação de uma comissão independente para apurar os factos
de Pedrógão Grande, aceite pelo PS, diga-se, vai acabar por falhar o objectivo.
E porquê? Porque do lado dos socialistas
há pouco interesse para que os resultados sejam céleres, na medida em que as
eleições autárquicas se realizam a um de Outubro. O PSD pretendia que a
conclusão dos trabalhos fosse apresentada em 30 dias, prorrogável por mais
trinta, ou seja dois meses (que é o prazo decente nestes casos). Mas por
insistência dos socialistas, o prazo para a conclusão será de 60 dias,
prorrogável por mais 30. Ou seja, tudo como dantes, a culpa vai acabar por
morrer solteira, ou como diz o vulgo, ficará tudo em águas de bacalhau.
Importa, pois, perante isto,
analisar o caso por outras vertentes.
Quando um país tem a
infelicidade de ser orientado por políticos corruptos, uma coisa acontece
seguramente. O Estado entra em decadência (como aconteceu com o Império Romano
– Edward Gibbon explicou-o bem), e a Nação cai no que se designa BANCARROTA. Foi
o que aconteceu ao torrão luso em 2011.
Dizem os livros, que numa
situação destas só há uma forma de levantar as nações (por muita conversa fiada
e acções teatrais de propaganda, digam o contrário) – austeridade. Foi assim
com as grandes nações europeia no pós-guerra. E foi assim sempre.
Passos e Portas optaram por
impor essa austeridade reduzindo os vencimentos – para os poderem pagar,
evitando cortar abruptamente nos serviços do Estado. Isso criou situações do
conhecimento de todos. E esta governança das esquerdas, manteve a mesma
austeridade (embora tenha propagandeado a reversão dos vencimentos dos
funcionários públicos), através da cativação de verbas. Importa, pois, em
traços gerais dizer o que isso é. A cativação de verbas é, grosseiramente,
congelar verbas da despesa pública, ou seja, dos serviços do Estado. Quer isto
dizer que se corta em tudo, menos nos serviços de saúde. Corta-se nas escolas,
por isso é que estas em vez de terem 60 auxiliares têm 30. Acontecendo o mesmo
com os professores. Corta-se nos serviços
de defesa nacional, corta-se nos bombeiros (colocando-os a andarem de comboio), retira-se a força
aérea do combate a incêndios, e por aí adiante. Para ajudar ao descalabro, joga-se
com o velho clientelismo (corrupção do Estado) quando se muda metade da equipa
operacional da protecção civil em Abril, nomeando-se 17 novos comandantes em
cima da época de fogos.
Ou seja, mesmo antes da tal comissão
entrar em campo, existem já motivos que sobejam para apurar algumas responsabilidades
– e o primeiro responsável daquilo que aconteceu durante o incêndio de
Pedrógão, é o governo
em funções,
que já devia ter assumido essas responsabilidades. As outras responsabilidades
serão apuradas pela comissão. Se forem …
Sem comentários:
Enviar um comentário