Balsa foi uma das maiores cidades
romanas do seu tempo. O seu perímetro situava-se na freguesia da Luz, concelho
de Tavira, distrito de Faro. Mesmo junto da Ria Formosa, na geografia de Torre
d’Aires, Antas e Arroio. Pertenciam aos seus subúrbios as terras de Pedras d’El
Rei, Luz, rato e Pinheiro.
Pela sua importância estratégica é mencionada nas listas
de cidades do Império Romano, elaboradas por Pompónio Mela e
Plínio-o-Velho, no século I, e por Ptolomeu no século II. Posteriormente, a sua referência surge como uma das etapas de um dos
Itinerários de Antonino – Roteiro de estradas e rotas navais do século III. É
ainda citada depois do desmoronamento do Império Romano do Ocidente, na
Cosmografia do anónimo de Ravena (século VII), com fundamento em documentos de grande
antiguidade.
A sua história
urbana inicia-se no século I a.C., terminando nos séculos VI-VII da nossa era.
O seu apogeu urbanístico atingiu-o no século II, chegando a ocupar uma área de
47 hectares (excluindo subúrbios e necrópoles), tornando-se assim uma cidade
considerável do Império, bastante acima da média urbana da província daq
Lusitânia, destacando-se mesmo de Olissipo (Lisboa) – 26ha, Ossonoba (Faro) –
22 ha e Conimbriga (Condeixa-a-Velha – 24 ha. Chegando mesmo a ser oito vezes
maior que a zona amuralhada da Tavira medieval (5,5 ha).
Sitio arqueológico |
Era sede de
civitas (com autonomia municipal) que abrangia todo o Algarve Oriental entre
Bias e o Guadiana, e cunhou moeda própria em meados do século I a.C.
Recentemente, um
holandês comprou por 1,2 milhões de euros, uma quinta que se situava nos
antigos subúrbios desta cidade romana. Mandou arrasar tudo o que estava em pé,
para construir de novo. Parece que a obra foi embargada, mas quem tem perdido é
o Património Português.
Desde 1977 que os
poderes têm sido alertados pelos arqueólogos, para o valor patrimonial
representado pela antiga cidade de Balsa. Mas os interesses sobrepõem-se ao bem
geral. Porque o país possui uma das administrações mais corruptas da Europa,
constituída, nos lugares de decisão (cimeiros), pelos amigos dos políticos. Como é disso bem evidente o recente caso TAP.
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