Jorge Lage |
Gastar dinheiro em copos
e mulheres todos os países gastam. E a expressão usada por Dijsselbloem
quereria dizer que os países do Sul da Europa gastam dinheiro em demasia e
muito dele mal gasto, endividando-se e aos seus cidadãos. Os nossos políticos
teriam que ouvir e corrigir, se tivessem um pingo de vergonha. Se não é assim,
como explicam os nossos políticos que em 40 anos temos tido o país três vezes
na banca rota e pedido ajuda externa? Para este regabofe, costuma dizer-se que
«isto não é a feira da Joana». Não devia ser, porque os portugueses somos muito
pacíficos. Foi ridículo ver os políticos que nos governam, fazerem de insonsas
virgens ofendidas… Ficaram a falar sozinhos para enganar o nosso Zé Povinho. Se
gastassem o tempo a tentar encontrar caminhos sustentáveis para fazer crescer
mais a riqueza nacional e diminuírem à dívida seria mais proveitoso. As
propagandas políticas que por cá temos quase sempre foram hábeis em enganar o
Zé Povinho. Os governantes foram eleitos para governarem com acerto e não para
atitudes quixotescas que apenas nos ridicularizam mais aos olhos dos outros
países. Nós pedintes da Europa pouco contamos nas decisões europeias. Em
Portugal, quando alguém é estroina, o povo costuma dizer: «só quer p… e vinho
verde».
Provérbios ou ditos:
Em Maio, cerejas ao borralho.
Quem quiser mal à vizinha, dê-lhe em Maio uma sardinha e em Agosto
a vindima.
Vai à feira e traz-me as maias! («maias» = castanhas piladas
para o 1º. De Maio).
Nota:
Ainda hoje há pessoas, na Beira Interior, que na noite de 30 de Abril para o
1.º de Maio, dormem com uma castanha na boca, para o Maio não os apanhar a
dormir na cama. O momento que começa o 1.º de Maio, na tradição, é quando o Sol
nasce. A castanha maia é talismã para se afastarem os males da vida e do corpo
das pessoas durante um ano e o remédio é ter-se uma castanha já na boca ou no
estômago quando raia o Sol. A castanha maia ou maia tem um valor semelhante, na
tradição mirandelense e da nossa região, ao do ramo de maias (Giesteira-negra)
na soleira da porta, no postigo, na janela, na varanda, na porta do estábulo
dos animais, no carro ou nos cornos dos animais, posto na noite de 30 de Abril
para o 1.º de Maio.
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