BARROSO da FONTE |
Em 2009, quando Guimarães soube que a ministra
Isabel Pires de Lima, tinha promovido Guimarães a Capital Europeia da Cultura,
aqueles que, desde 1990, esfregavam a barriga ao sol, graças ao poder
totalitário que ali se instalara e que garantia tacho e penacho a alguns dos
seus eleitores, redobraram, com a certeza de que, aqueloutros que não tinham
tido esse privilégio sendo do mesmo
clube político, iriam desforrar-se à mesa desse banquete, garantido até 2015,
com os 111 milhões de euros provindos dos fundos comunitários e do orçamento
geral do Estado, cinco anos de fartura.
O «rei» da festa era o mesmo, acolitado por camaradas vips e alguns seus
protegidos.
Para encobrir essa festança foi congeminada a Fundação Cidade de
Guimarães, para o que bastou encarregar um outro camarada da freguesia do
Benfica, em Lisboa que se especializara no fornecimento de formulários para
esse tipo «geringonças». Sendo Guimarães viveiro de muitos e bons juristas,
logo esse ex-deputado que conhecera, anos antes na AR, o «rei» vimaranense,
entregou 30 mil euros pelos estatutos da CEC.
Estatutos feitos à medida do «dono disso tudo»,
O mesmo «reizete», por inerência de funções, passou a líder da CEC que
convidou Cristina Azevedo, para diretora executiva, apenas dependente do dito
cujo. Foi ele que estipulou os vencimentos e outras mordomias para todos os
membros dos três órgãos, incluindo a senha de presença para ele próprio. Esses
vencimentos vigoraram à volta de dois anos. E eram tão estapafúrdios que foram
reprimidos e censurados no Parlamento. Baixaram 30% e, mesmo assim, ainda
superiorizavam os do chefe de Estado. A dada altura Cristina Azevedo contratou
o atual Presidente da Câmara de Braga, através de um contrato, a termo certo.
Como ela não deu conhecimento ao «reizete», ele próprio, sem consultar os
restantes membros do Órgão, despediu Cristina Azevedo. Este despedimento selvagem, enraiveceu o
capataz e «dono disso tudo», apenas pelo facto de Ricardo Rio ser da oposição.
Um tsunami nacional! Jorge Sampaio, que tinha sido convidado pelo «dono disso
tudo», para Presidente do Conselho Geral, induziu Cristina Azevedo, a aceitar o
despedimento, regressando à Neuronext. E que, posteriormente, seria ressarcida
da diferença de vencimento. Ela aceitou mas pelo sim pelo não, pediu uma
indemnização de 405.395,88 euros. E acaba de ser vencedora desse contencioso. O
«saneamento político» que o «reizete» provocou, redundou em mais um
«desemprego»: Carla Morais que fora contratada por Cristina Azevedo teve o
mesmo desfecho. Carla Morais levou o
processo até ao fim. Em Julho de 2016 o Tribunal dera-lhe razão, tendo de
receber 206 mil euros que ainda estão por pagar. Do acordo conseguido após
conversações, entre Jorge Sampaio e Cristina Azevedo, esta deveria receber
405.395,83 euros. Entretanto a CEC encerrou em 2013. As responsabilidades
passaram para a Câmara. Mas o julgamento para ultimar os penduricalhos da CEC,
só terminou em fins de Março de 2017. A Guimarães
Digital confirmou a notícia do JN do dia 1 de Abril, informando que Cristina
Azevedo reclamava uma indemnização de 422.544, 63 €, adiantando que a decisão
ainda é passível de recurso, no período de 30 dias, a iniciar-se em dia 3 de
Abril. Para já o Tribunal condenou a Câmara, a Direção Geral do Tesouro, mais o
Gabinete de Estratégia Planeamento e Avaliações Culturais ao pagamento de 249 mil euros.
António Magalhães e Jorge Sampaio, deveriam ser
responsabilizados por esses pagamentos. Quem as faz que as pague. É uma das
obrigações da verdadeira democracia.
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