quinta-feira, 30 de março de 2017

Fundação Júlio Resende inaugura exposições

 C O N V I T E
O Conselho de Administração do LUGAR DO DESENHO | FUNDAÇÃO JÚLIO RESENDE convida V. Exª a assistir, no próximo dia 02 de Abril  2017 (domingo), pelas 16h00, à inauguração da exposição mencionada.   
O LUGAR DO DESENHO | FUNDAÇÃO JÚLIO RESENDE informa que a exposição “ALBERTO CARNEIRO Esculturas e Desenhos 1990-2014" será prolongada até dia 23 de Abril por motivo do grande interesse suscitado

    
sala3 HISCOX 02 ABR. | 21 MAI 2017

«Diálogos Sobre a Demora» é uma exposição onde três desenhos, de artistas distintos, partilham o mesmo espaço com base numa condição comum: a relação particular de ansiedade, prazer e desconforto que o desenho mantém com a duração do fazer. Esta outra temporalidade do desenho está no extremo oposto do imediato e do espontâneo. Como condição prática, a demora é feita de prolongamentos, retornos, reiterações, reservas, dobras. Sugere um insistente confronto com a espessura do tempo enquanto se desenha, uma tentativa de dar corpo à duração da espera. Como experiência vivida, a demora é o que resulta da discrepância entre uma situação que permanece estática e um acontecimento em progressão.  
Em “A Pedra Lua sobre o Vento”, Isabel Andrade cria um processo cíclico de repetições de um gesto mínimo como forma de instaurar as diferenças que marcam a imagem. Estes gestos quase digitais respondem a uma temporalidade evolutiva e sem progresso, mais própria dos pequenos rituais quotidianos do que da estrutura linear que associamos aos acontecimentos. Pedro Cunha mantém o mesmo desenho há mais de um ano — “Pedras num sapato” —, num contínuo retorno à imagem inicial de uma paisagem árida, construída de forma detalhada e sistemática, que vai aumentando por adição de desenhos sem um limite preciso. O que o desenho ostenta é também aquilo que esconde: entre as pedras, uma litania de expressões e palavras soltas constrói uma paisagem paralela.
As “Sete Leoas”, de Tatiana Móes, regressa aos arquivos da memória colonial portuguesa através das fotografias de Gungunhana capturado e das suas sete esposas em pose perante o olhar da câmara. Ao invés de se focar na figura do Monarca Moçambicano, os seus desenhos são um questionamento das imagens das sete rainhas e da relativa obscuridade a que foram votadas. Desenhar, nos seus múltiplos jogos fictícios com o tempo, torna-se um exercício de memória e empoderamento, feito de lapsos, reservas, ocultações e sobreposições. A condição híbrida que junta o tempo do olhar presente com o olhar pretérito da fotografia é também uma forma de sobrevivência do desenho.

Paulo Luís Almeida
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade

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