Não andará longe
da verdade quem acredite que o juiz Carlos Alexandre esteja na mira de muitos
agentes políticos e não só para na primeira oportunidade correr com ele da
liderança dos processos que levaram um ex-primeiro ministro à prisão. Hoje ao
ler a noticia que o presidente do Tribunal da Relação de Lisboa o acusava de
desobedecer a decisões superiores noutros processos que lhe estão confiados,
pareceu-me ser o levantar da ponta do véu que esconde esse tramado desejo. Se
bem que foi precisamente esse mesmo tribunal que ainda recentemente recusou o
afastamento de Carlos Alexandre pedido pelos advogados de Sócrates, com base
numa entrevista que o juiz deu à SIC. Sócrates é um dos 20 arguidos da Operação
Marquês cuja decisão da investigação do Ministério Publico estava marcada para
o passado dia 17, mas lá vai sendo adiada pois dá muito que fazer, é
relacionada com fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e
corrupção passiva para ato ilícito, e os acusados são dos graúdos. Na lista,
segundo a Lusa, consta: “Entre outros
arguidos está o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os empresários Joaquim
Barroca, Paulo Lalanda de Castro, administrador da Octapharma em Portugal,
Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro, Inês Pontes do Rosário (mulher de
Carlos Santos Silva), o advogado Gonçalo Trindade Ferreira, e Bárbara Vara,
filha de Armando Vara, bem como a ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava”. Até
me admira como é que o juiz Carlos Alexandre ainda se mantém em funções ao ter
de enfrentar tão notáveis e honrados cidadãos da política e do capital.
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