sábado, 4 de fevereiro de 2017

Um Estado processado


O povo português (de um modo geral, os latinos) foi, desde sempre, propenso à “corrupção”; à vigarice em casos específicos. A História demonstra-o com clareza e transparência. Para o demostrar bastava acolhermos neste escrito, a enormidade de episódios da época dos Descobrimentos, sobretudo depois de encontrada a Índia por mar.
Vá lá, por simpatia, esse tipo de acções era proveitosa para um certo tipo de classes – o povo comum limitava-se ao desenrascanço.
Aquilo que distinguiu os portugueses na época dos Descobrimentos, permitindo-lhes manter um império colonial muito para lá do tempo previsível, tendo em conta a “pequenez” do país, foi, em termos morais e éticos, a incorruptibilidade dos seus capitães, dos seus comandantes! Se os de baixo se corrompiam, os de cima eram incólumes a esse tipo de comportamento.
Hoje é precisamente o contrário. Os de baixo continuam a desenrascar-se – um amigo aqui, um amigo ali, facilitam a vida. Mas não passa disso. É uma consulta para a semana seguinte (mas que demoraria um mês), é a possibilidade de falar com determinada pessoa importante, e por aí fora. Comportamentos que em nada prejudica o colectivo.
Inverteram-se situações. Os corruptos, os vigaristas, são hoje os de cima. E o montante de tais acções é tal que prejudicam o país para décadas, levando-o à BANCARROTA. Em 40 anos de democracia foram quatro vezes, sempre pela mão dos mesmos.
O que levará o sr. Sócrates a processar o Estado? O que hoje se sabe da conduta do cavalheiro não é tudo, mas já é muito.

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