sábado, 28 de janeiro de 2017

Vão mas é dar banho ao cão…

  
Eduardo Dâmaso - Revista Sábado

Porque é que Ricardo Salgado transferiu 12 milhões de euros para alguém que não conhecia de lado nenhum? Transferiu muito mais do que 12 milhões no processo Marquês, mas aqui só nos interessa esta pequena esmola a um desconhecido. E porque pediu Salgado a Hélder Bataglia que fosse seu testa-de-ferro e usasse uma conta pessoal para transferir os 12 milhões para o outro testa-de-ferro, Carlos Santos Silva, o grande e generosíssimo amigo de Sócrates?
Já agora, porque foi o bom do Santos Silva pedir ao seu velho amigo Joaquim Barroca, patrão do Grupo Lena, que desse um jeitinho e lhe emprestasse uns papéis em branco para os 12 milhões passarem discretamente pela sua conta na Suíça? E por que diabo precisaram de arranjar uns contratos manhosos sobre coisas nunca feitas? Enfim, porque andaram algumas destas personagens a contar umas patranhas sobre a origem dos 12 milhões quando, afinal, é tudo clarinho como água: o dinheiro saiu do famoso saco azul da família Espírito Santo, como muitos outros milhões para muitas outras personalidades?
Afinal, porque se deu esta gente a tanto trabalho para esconder a massaroca? Sofrerá Salgado da síndrome da filantropia envergonhada? É generoso com os amigos, mas não quer que se saiba? Pensarão que somos todos parvos e que ficamos baralhados com o palavreado dos papagaios que os defendem nos jornais e televisões, ungidos pelo bálsamo da pureza originária!? Porque é que não vão mas é gozar com a avó deles?
Então, a quem aproveitou tanto crime na vampirização do Estado naqueles fatídicos anos de Sócrates em S.Bento? Foi ao povo português ou ao senhor Salgado? Quem desnatou e despachou a PT? Vão mas é dar banho ao cão…

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