https://www.dinheirovivo.pt/economia/conselho-das-financas-agita-fantasma-de-novo-resgate-a-portugal/
“Contexto internacional é caracterizado
por rápida evolução tecnológica e incerteza política”. OE responde mal a isto.
O Orçamento do Estado para 2017 (OE2017)
tem falta de medidas, as que tem parecem ser insuficientes para assegurar o
cumprimento das metas do Pacto Orçamental e é um exercício demasiado arriscado,
diz o Conselho das Finanças Públicas (CFP). E diz mais: tendo em conta o alto
endividamento e o perfil do financiamento dos próximos anos, esses riscos e
incongruências “podem, como sucedeu a partir de 2008, traduzir-se em restrições
bruscas e significativas” do acesso aos mercados. Três anos depois desse
primeiro embate, em 2008, as taxas de juro subiram para níveis de tal forma
incomportáveis que Portugal seria obrigado a pedir resgate à troika (BCE, CE e
FMI). Em abril de 2011, o governo pediria ajuda internacional. Hoje a situação
seria mais delicada tendo em conta que o nível de dívida (130,3% do PIB em
2017) supera largamente a de final de 2010 (96,2%). O
CFP, na análise que faz à proposta de novo OE, é muito crítico em relação ao documento. Diz que está
assente em expectativas que “ponderam insuficientemente o grau de incerteza
vigente, tanto interna como internacionalmente”. Neste trabalho, ontem
divulgado, que foi finalizado já depois da vitória surpreendente de Donald
Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, o Conselho presidido por
Teodora Cardoso recorda ao governo e ao Ministério das Finanças que o orçamento
parece depender demasiado da retoma da economia (que por sua vez depende de
fatores internos e externos), e que nesse aspeto nota falta de prudência.
Relativamente “à avaliação prudente da restrição de recursos no médio prazo e a
análise e priorização da despesa pública, a atual Proposta permanece aquém do
necessário”.
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