VIRGILIO GOMES |
Com
cremosidade única, os ovos-moles são um dos expoentes máximos da doçaria
conventual portuguesa. A sua simplicidade é a sua riqueza. A sua delicadeza a
transmissão do requinte. E o seu especial valor mede-se, também, pela sua
polivalência a completar outras composições doces.
Hoje
em dia quando se fala de ovos-moles, fala-se de Aveiro. Quando se fala de
ovos-moles cita-se o Mosteiro de Jesus de Aveiro, fundado em 1462 com
autorização de D. Afonso V, e desde esse tempo teve sempre privilégios reais e
em especial uma dotação de açúcar inicialmente vindo da Ilha da Madeira e que
se destinava à farmácia para curar doentes. Rapidamente a sua utilização
adquiriu nova função, na doçaria. Este mosteiro era tão importante na
perspetiva gastronómica que era corrente famílias abastadas mandarem
confecionar as suas refeições na cozinha do mosteiro. Este abuso deu origem a
críticas e ordenações régias e do Mestre da Ordem de S. Domingos, a proibir
estas atividades.
Um dos expoentes máximos da doçaria portuguesa:
http://www.virgiliogomes.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário