Por: Costa Pereira - Portugal, minha terra
A obra deixada pelo saudosos D. Joaquim Gonçalves e Padre Correia
Guedes, que foram respectivamente bispo
da Diocese de Vila Real, e pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros ganhou o
respeito e admiração de todos os devotos e romeiros de Nossa Senhora da Graça e
do "Santinho", San'Tiago. E mereceu agora por parte das forças vivas
do concelho esse mesmo reconhecimento expresso na iluminação publica do
santuário e recinto à volta, com acaba de ser dotado, dando assim satisfação a
um desejo da Irmandade em ver o local mais acolhedor e de noite mais seguro
mediante iluminação da rede pública.
Mas para além das citadas duas figuras que tanto se empenharam no
desenvolvimento e enriquecimento do Santuário, o “Bispo e o Padre da Senhora da
Graça”, construindo obra de
embelezamento e apoio ao peregrino e romeiro, não se pode ignorar a generosa
colaboração prestada pelo também saudoso Sr. Manuel Lopes cujas árvores que
hoje dão sombra nos recintos à volta do santuário faz recordar o seu zelo e
dedicação á causa deste Santuário. Como ele, um outro vilar-ferreirense, Mário
Borges Lopes, ali se mantem activo e
disponível servindo na Irmandade em colaboração com o actual pároco de Vilar de Ferreiros, Sr. Padre João
Paulo.
Preciso é também ter em conta que os principais obreiros são os fieis e
amigos deste “santo miradouro” que contribuem com as suas ofertas para que as obras se façam. O que não
acontece se deixam dar ou pior se não reconhecem o labor e boa e séria
administração dos bens da Irmandade, como tem acontecido. Por isso mereceu e é
de louvar esta generosa golfada de carinho e zelo patrimonial vinda da parte da
Câmara Municipal e do seu dedicado presidente, Humberto Cerqueira, e demais
colaboradores seus. Trata-se de mais uma fonte de energia a valorizar o
Santuário
Após este melhoramento ficou mais rico o Monte Farinha e mais
enobrecido o trono granítico de Nossa Senhora da Graça, que até de noite passou
a ser enxergado a muita distância de Mondim. Factos que destaco e ilustro com a
bouça e capela do fundo, vistas à luz duma caveira…..
“A Caveira do Ermitão
Segundo a tradição, essa tal caveira é a do primeiro ermitão que neste
monte viveu e habitou um covil, perto da fonte vizinha da represa abundante de
água cristalina que servia para lhe regar a bouça, ao lado onde se situa hoje a
Capela do Fundo, na encosta voltada para Campos. Foi ele que junto a esta fonte
(Fonte do Ermitão) construiu a primeira capela, que não foi certamente ao gosto
da Senhora, porque de noite, dizem, abandonava-a para vir para o cimo do monte.
Até que um dia surpreendida nos seus devaneios pela solicitude vigilante do
ermitão, resultou uma nova edificação mais ao seu agrado no cume do Monte
Farinha. Precisamente no coto deste santo lugar e miradouro inconfundível do
norte de Portugal. Da identidade e quando tudo aconteceu a lenda só acrescenta
mais: que certa noite, quando regressava ao seu tugúrio, o ermitão foi
surpreendido por um bando de malfeitores que o assassinaram junto à vizinha
Pedra Alta, na vertente para Atei, vindo depois a ser sepultado, com odor de
santidade, à entrada da igreja paroquial de São Pedro de Vilar de Ferreiros.
Lenda, mas é de supor haver alguma dose de realidade histórica, se se tiver em
atenção o piedoso respeito que desde tempos muito recuados os peregrinos e
romeiros que, de perto e longe, sobem ao Monte Farinha sempre manifestaram por
esta enigmática caveira que depois de retirada há anos da casa das estampas,
onde estava exposta, volta agora, a esta sala, mas como simples peça
museológica, e a fazer memória conjuntamente com o folclore regional que no seu
reportório alude a um ermitão deste santuário Mariano vitima de malfeitores:
Nossa Senhora da Graça,
que é do vosso ermitão?
- Ao cimo da Pedra Alta,
lhe fizeram a traição”.
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