BARROSO da FONTE |
Pesaroso
por não ter estado presente, na confraternização anual dos antigos alunos do
Seminário de Vila Real que frequentei
entre 1952 e 1962, pretendo deixar o meu testemunho neste jornal, para
sublinhar que estou, abertamente contra a estatização do ensino. Faço-o pelo
facto do atual governo, certamente para agradar à esquerda radical que, a todo
o custo, pretende estatizar as pessoas, a formação e as ideologias, de maneira
brusca, atabalhoada e ostensiva, gerou, na pior altura do ano, o atrofiamento
do ensino privado.
José Rodrigues dos Santos, já veio demonstrar
que "o fascismo tem origem marxista" porque Mussolini foi socialista
antes de fundar o fascismo». Nesta matéria deve respeitar-se a liberdade
individual. Não pode a esquerda alegar que deve dar-se aos homens e às mulheres
liberdade sexual, religiosa e política, consoante as suas tendências e obrigar,
essas mulheres e esses homens, a seguirem a formação estatizada, autómata e
única.
As
pessoas não devem ser máquinas do Estado. Não foi ele que as criou. Antes foram
as pessoas que implicaram a instituição de regras, para se entenderem em
sociedades. Estas devem adaptar-se às exigências sociais e não o inverso.
Ensinar e aprender são direitos inatos,
invioláveis. Só os irracionais não percebem isso. E é por isso que se
domesticam as vacas e os bois, os cães e os gatos, inclusive o papagaio. Aí
sim, criem-se leis estatizantes. Mas não para os humanos.
Noutros
tempos só estudavam os ricos. Como os pobres não podiam pagar, limitavam-se a
ser escravos dos senhores que tinham dinheiro e poder. Quem pretendesse
estudar, sendo pobre, procurava a escola mais próxima e mais acessível. Foi
assim que aconteceu comigo e com muitos dos companheiros do seminário. Cada
seminarista foi um meu herói! Em nada inferior aos alunos dos liceus. A vida
prática o confirma. Nunca tive, nem tenho complexos perante os meus pares. Dez
anos de seminário, mais cinco de Universidade Católica, mais oito na
Universidade pública. Sempre paguei propinas e sempre paguei ao seminário as
mensalidades exigidas. Filho de pais pobres, nunca o Estado gastou comigo,
fosse o que fosse. Do mesmo modo os meus dois filhos, ambos licenciados em
Engenharia: um na pública e outro na privada. Com honra o digo: dei ao Estado
mais do que ele me deu. Nunca chorei por isso, como nunca tive inveja pelo que
outros conseguiram em condições mais favoráveis. Do mesmo modo não admito que o
inexperiente ministro da educação que nunca produziu riqueza para o Estado,
venha, agora, com 38 anos de teoria esquerdizante, estatizar pessoas e
instituições, com uma ferocidade raquítica. Se fosse da minha geração mandava-o
pentear macacos...
Barroso da Fonte
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