Na
aldeia a abundância de motivos com que a natureza nos presenteia, podia bem
evitar que se gastasse tempo em falar da vida alheia dos vizinhos e gozar
desses dons que se nos oferece ver a cada instante que se estiver atento. Ainda
não há muito tempo, talvez um ano, germinou sem ser plantada uma planta que se
deixou desenvolver livremente até que se conhecesse o género. Só nos finais do
ano passado se certificou tratar-se da planta de sabugueiro ( Sambucus nigra),
nativa da Europa, oeste da Ásia e norte de África.
Arbusto
denso e muito ramificado é das plantas medicinal mais antigas e apreciadas,
remontando aos primórdios da Humanidade. Testemunhos arqueológicos dão como
certo ser muito popular e aparecer associada a diferentes mitologias e a
numerosas lendas. Da flor à baga tudo é aproveitado para bem da saúde de quem
disso faz uso.
Em Portugal esteve quase extinta devido a uma
lei do Marquês de Pombal que proibia o cultivo de sabugueiro para evitar o uso
da baga que os lavradores utilizavam de modo a dar cor aos vinhos mais fracos,
que depois vendiam como Vinho do Porto. Pelo menos na região do Douro é lei era
mesmo rigorosa.
De novo esta planta-arbusto voltou a se poder
cultivar e no Vale da Varosa, até quem chamou a si a comercialização da baga de
sabugueiro produzida pelos agricultores foi precisamente a Adega Cooperativa de
Castanheiro do Ouro (Tarouca). E de fato há mesmo quem chame a esta produção um
verdadeiro negócio de “ouro negro” destas gentes, já que em certos casos é mais
rentável que o cultivo de outros produtos, inclusive a vinha. Os alemães são os
principais clientes a consumir a produção de baga que aplicam no fabrico de
tintas, doçaria, e industria farmacêutica.
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