Maio
26, 2016
O
tempo é de afectos e de optimismo político, mas o raio do passado não se pode
descartar. Nesses mundos perfeitos que irradiam de Belém e São Bento não
encaixam as arreliadoras inquietações sobre o futuro nascidas nos disparates e
crimes do passado, mas seria criminoso esquecê-los. Veja-se o verdadeiro
resgate da Caixa Geral de Depósitos que aí vem, embrulhado em 4 mil milhões
salvíficos para o banco. O máximo que se tem ouvido a quem manda é que este
buraco se deve a "erros do passado".
Erros
ou crimes? A gestão assassina da CGD feita nos governos de Sócrates, que
contaminou o BCP, é um dos maiores crimes cometidos em 40 anos de democracia
contra o erário público e uma banca independente. Ninguém responderá por isso
e, como se viu, foi quem chegou a seguir – a gestão de José de Matos – que
levou com o ónus. No plano criminal ou cível aos verdadeiros responsáveis –
Santos Ferreira e Armando Vara – nada acontecerá.
Outro
exemplo eloquente desse passado enraizado no presente político é dado pelo
ex-ministro Manuel Pinho. Quadro do BES, foi convidado para o governo de
Sócrates e quis fazer a pantomina do independente. Desligou-se do grupo de
Salgado mas só não contou a ninguém que assegurou, por via da simulação de um
contrato, uma reforma milionária aos 55 anos. Correu-lhe mal porque o império
Espírito Santo caiu e teve de ir para o tribunal reivindicar 7,8 milhões de
euros. Quantos caricatos mas ricos Pinhos, afinal, não há espalhados pela elite
que nos fez chegar a este estado de penúria? Depois não digam que isto não anda
tudo ligado.
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