quarta-feira, 25 de maio de 2016

As Maias entre mitos e crenças», um livro voltado para a escrita pragmática

                                           Tempo Caminhado: Vêm aí as Maias 2016

JORGE LAGE
As tradições das Maias ou Maios, colaram-se-me ao baú da memória por saber que alguém injuriava esta nossa tradição religiosa universal. Embora sejam mais conhecidos os aspectos mitológicos e sociais, relacionados com os antigos romanos e celtas, não faltam tradições fenícias, egípcias e bíblicas bem mais antigas. O mês ou os deuses de Maio, nas civilizações recolectoras e caçadoras, e mais perto de nós agricultoras, marcavam um bom ou mau ano de fertilidade e abundância ou de maleitas e mínguas. Foi depois de muito ler e meditar que avancei para o estudo do tema, concluindo que estas tradições são tão antigas como a consciencialização da humanidade pelas suas fragilidades. Bem pugnou o cristianismo para abafar e erradicar esta crença multifacetada, sem o conseguir. Mas a minha motivação começou com um singelo texto como libelo de defesa da junta de freguesia de S. Victor, em Braga, para continuar com artigos de maior fôlego e, por fim, o livro «As Maias entre mitos e crenças», cuja edição está esgotada. Mas, este livro, como quase tudo que escrevo, foi pensado com um desassossego e uma obrigação interior, para ser útil e honrar as nossas tradições ameaçadas. É a escrita vista sob um pragmatismo de ser útil e, se possível, gerar desenvolvimento e cultura. Foi com alguma emoção que há curtos dias recebi da Carolina Campos (que mulher de guerra!) um convite para me associar às «Maias» recriadas pelo Clube da Floresta «Vamos dar a mão à Natureza», do ATL (Actividades dos Tempos Livres), do Centro Social e Cultural de Bairro, de Vila Nova de Famalicão. O Cartaz é muito interessante e o programa, para os dias 28 e 29 de Abril recria uma tradição que é herdamos, dos romanos (as Forálias) e dos Celtas (ritos ao deus Beltane). Esta actividade tradicional e criativa recebeu um grande impulso quando foi tema de uma actividade obrigatória dos Clubes da Floresta e esta celebração é um dos seus frutos, como em tantas escolas do país, como vai acontecer na Escola Gonçalo Nunes, em Barcelos. Outros eventos acontecem por todo o país, como o «Festival das Carretas floridas  de Mirandela», «tapetes de flores na «A-da-Gorda», concelho de Óbidos, «a Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja (AdpBeja)» com a sua «Rainha de Maio» e um enorme potencial turístico. Pelo Alto Minho (Viana do Castelo) e no distrito de Braga vão continuando as exposições e os concursos e de uma forma avassaladora, geradora de cultura popular e de euros, em vários locais da vizinha Galiza.

Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com – 25ABR2016

Provérbios ou ditos:

          Do pão te hei-de contar, que em Abril não há-de estar nascido, nem por semear.
          Quem emprenha no bilhó faz a segada ele só (in Língua Charra).
          O bom vinho alegra o coração dos homens (in Sagrada Escritura).

Sem comentários:

Enviar um comentário

Quadras ao 25 de abril

                                          Era uma vez um país Onde o pão era contado Onde quem tinha raiz Tinha o fruto assegurado. ...