Com a fraude politica instituída a quatro
de Outubro de 2015, o que actualmente se discute em Educação é a conhecida “espuma
dos dias”. Ninguém está interessado numa reflexão séria. É, para esta gente,
mais importante sustentar a corrupção na Administração Pública, ligada a
interesses, logo às Escolas. E esta ideia peregrina da defesa da escola
pública está subjugada a esses interesses que pretendem limitar tudo o que é
liberdade, neste caso as liberdades fundamentais de ensino e os correspondentes
direitos sociais, implantando a velha ideia jacobina, defensora de um monopólio
estatal do ensino.
Para a decência, tanto importa que o
ensino seja público ou privado, desde que seja de qualidade, onde sejam
aplicados princípios de justiça universais.
Há mais de duas décadas que a Constituição
defende o ensino gratuito para o ensino obrigatório, tanto estatal como
privado. E esta discussãozinha sobre uns irrelevantes contratos de associação,
não passa do teatro do costume.
Aqueles que verdadeiramente defendem um
ensino livre, há bastante tempo que “estão baptizados” com as questões jacobinas que
agora se levantam.
O conto de Aleksandr Soljenítsin, a bem da causa, do livro Zacarias Escarcela e outros contos, há
muito que os elucidou. E os procedimentos totalitários da governança socialista
entre 2005/2011, também. Essa governança (já com alguma influência das amazonas bloquistas) transformou o ensino público num
mercado e num corredor de influências de amigos. Dos da cor.
No jornal público de cinco de Maio, um testemunho de Maria do Carmo Vieira, sobre o ensino totalitário estatal, bem
podia fazer reflectir a decência para os perigos jacobinos do ensino escolar.
Dirigindo-se ao actual ministro da Educação,
relatando-lhe dois factos, ficamo-nos pelo segundo:
“ A segunda situação tem a ver com a
atitude do Ministério da Educação (ME), no final do ano lectivo de 2006, após
ter recebido uma carta minha, endereçada à Senhora Ministra, na qual eu
analisava criticamente os novos programas e os manuais, concluindo da minha
impossibilidade em cumprir o que considerava um absurdo e uma imensa falta de
respeito pelos alunos, pondo em causa, se obedecesse, a minha responsabilidade
e a minha competência profissionais. Mencionava também o facto de não
compreender bem o alcance de “um ensino centrado nos alunos”, ou a quase
exclusividade atribuída ao trabalho de grupo ou ainda a quase proibição de
aulas expositivas. Essa carta, depois reenviada digitalmente pelo ME ao
Conselho Directivo da minha Escola, com a informação de que não me deveriam dar
conhecimento, apresentava sublinhados todos os verbos que recusavam o
cumprimento de uma matéria programática absurda que, a meu ver, estupidificava.
Na mesma mensagem, o ME solicitava à
Escola que enviasse, no prazo de 48 horas, todas as notas que eu atribuíra aos
alunos. Por impossibilidade de o fazer, aceitou o ME que fossem apenas as
classificações dos últimos 5 anos. Nada vislumbrando de errado, solicitaram o
curriculum, tendo a tentativa de amedrontar ficado por aqui”.
Julgamos que este testemunho chega e
sobeja como exemplo dos milhares que poderiam ser dados.
Aconselha-se pois, já agora, “a bem da
causa”, a narrativa do escritor russo, protagonizada pela camarada Lídia
Gueórguievna. Armando Palavras
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