JORGE LAGE |
Na década de cinquenta do século passado, pobre ou rico, tinha que ter na mesa o «Folar». Se não o tivesse seria uma desonra ou sinal de pobreza extrema ou de alguma grande desgraça.
O
que distingue os folares quanto aos conteúdos, já que irão haver umas jornadas
gastronómicas em Valpaços nos dias 18, 18 e 20, dias de Feira e de Festa do
Folar, são as massas que os confecionam.
Quanto à forma como se apresentam, podemos
distinguir três tipos de folar: os feitos em tachos fundos, na parte sul do
concelho (como o de Mirandela); em formas baixas mais caraterísticos do centro
e poente do Município; e os sem forma, na parte Norte do concelho, típicos das
Terras de Monforte de Rio Livre e com quem aprenderam (segundo ouvi a gente de
Chaves) os povos das «Aquas Flavias», hoje flavienses.
Por
isso, amigo leitor, rume a Valpaços, nos dias 18, 19 e 20 de Março, irá
encontrar o melhor Folar, do melhor vinho, do melhor azeite e do melhor «Bolo
Podre» e outros mimos da região.
O «bolo podre» de Sta Maria de Émeres (da família Alcoforado - de amor freirático se for este apelido em Beja, mas a Junta de Freguesia de Sta M.ª também produz), é aparentado do «bolo dormido» de Mirandela e da «boleima» alentejana. Dos três, venham os deuses do Olimpo e escolham, que eu «atiro-me aos três», como dos melhores bolos secos que temos e dos mais populares do país. São três das grandes maravilhas gastronómicas e doceiras lusitanas.
Votos de uma Páscoa Feliz,
Jorge Lage
Gostei muito do texto! Que saudades de um belo folar (o transmontano, claro)
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