BARROSO da FONTE |
1. Dia 21 de Fevereiro último decorreu em Vila
Pouca de Aguiar o V Encontro de Livreiros e de livros. Para haver livros e
livreiros tem de falar-se de autores. Sem autores não há livros, nem se
justificam os livreiros. Mas todos são úteis à cultura que se propaga através
de gerações. Eles nos ensinam, nos tiram dúvidas e abrem horizontes. São amigos
que devemos respeitar e dar a conhecer.
No recente encontro de Vila Pouca viram-se
e ouviram-se alguns livreiros que devemos honrar e difundir. Alguns são
melhores mestres do que alguns que saem das universidades com o mestrado. Estes
chegam ao mercado com teoria. Aqueles são pragmáticos, transmitem-nos a
experiência, que eu valorizo mais do que a teoria. Não estive neste encontro mas vi e ouvi, o
que lá se disse, no pequeno vídeo posto a circular nas redes sociais. Acusaram
as televisões sobre a prepotência contra os criativos de todas as artes.
Implicitamente acusam-se os recensores e os palcos que eles ocupam para outros
temas. Falam, invariavelmente, sempre dos mesmos, do que resulta, não se
recomendarem os melhores, mas aqueles que recebem as bênçãos dos regimes, as
proteções dos deuses, das maçonarias e dos conluios sociais. É a crise das
crises no seu esplendor...
2. Em solidariedade com o espírito desse
grupo de amigos do livro, dos livreiros e dos autores, deixo nesta rubrica a
referência a três títulos já saídos do prelo, em 2016. Naturalmente já foram
editados muitos outros por esse país fora. Mas estes chegaram-me à mão e deles
deixo registo.
A
História de Barroso -polémicas. Em 196 páginas o autor José Dias Baptista,
licenciado em História e Inspetor do ensino secundário, celebrou em 2015 as
bodas de ouro de autor. Sempre foi tido como historiador do seu tempo, mesmo
tratando temática desde os primórdios da nacionalidade com predominância nas
terras de Barroso. Um dos temas preferenciais teve a ver com a toponímia da
sede e das freguesias e lugares habitados do concelho a que pertence.
Nomeadamente das Terras de Barroso. Logo a começar avisa, a todos aqueles que o
não seguem: «quem escreve «história» não faz a História! - lê apenas ( e ler é
interpretar) os documentos) os documentos é que são, esses, sim, a própria
História». Com esta advertência, José Dias Baptista procura recordar a quantos
dele discordam da evolução semântica, da origem do topónimo que desde o tempo
medieval, empresta o nome às Terras de Barroso. Um ano antes o medico Fernando
Calvão publicara um outro livro onde divergia de Dias Baptista. Há outras
divergências, mas esta é relevante para a região.
3. Manuel Gonçalves de Barros (1882-1965)
nasceu em 24 de Fevereiro de 1882, lugar de Stº André (Montalegre). Era neto
paterno de Manuel Gonçalves de Barros e de Teresa Vaz e materno de José Damião
José Vaz e de Balbina Gonçalves, do mesmo lugar. Quando nasceu havia escola
primária em Stº André que em 1706 tinha 100 e cerca de 400 habitantes. Em 1890
ter-se-ão encontrado nos bancos da mesma escola (rara para o tempo), este
Manuel Barros e Artur Maria Afonso (que nasceu no mesmo ano, na casa da
Corujeira em Montalegre e que viria a ser pai de Nadir Afonso). Essa escola
funcionava graças ao padre José Maria Moutinho que fora contratado pela Câmara
por 120 mil réis por ano. Nessa altura a média de alunos/ano era de 40 matriculados
e 17 a frequentarem com regularidade as aulas. Em 1902 Manuel Barros foi para
Lisboa e alistou-se na Armada Portuguesa. Em 1932 media 1,62 e passou a ter
bilhete de Identidade civil, emitido em Lisboa em nº502476, em 31-8-1932. Em
1930 era já 1º sargento. Deu a volta ao mundo, prestou serviço em dezanove
embarcações diferentes da Armada, teve vários louvores, conheceu todos os
oceanos. Em 1933 passou à reforma. Rui Rosado Vieira, licenciado em história e
natural de Campo Maior, acabe de editar «Um Barrosão com História», onde
biografa, em 124 páginas, o percurso de vida deste ilustre Barrosão de Santo
André. Foto da capa do neto Domingos de Barros.
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