21/03/2016 - 00:05
Foi na Primavera de 1971 que me apaixonei pelas clarividências de Leonard Cohen.
Em Março de 1971 saiu o álbum mais
importante da minha vida: Songs of Love and Hate de Leonard Cohen.
No Verão de 1971, tinha eu 16 anos,
estávamos a passar férias em Tarrant Rushton em Dorset. Levei o disco comigo
mas estava tão riscado que tive de ir a Blandford Forum comprar outro.
Antes de acabar o ano comprei um terceiro
disco de vínil, já que os anteriores tinham sido tão tocados que só ficou o
ruído constante dos riscos: um som pior ainda do que o silêncio, julgava eu,
naqueles dias.
Havia um primeiro e segundo lado. As
canções eram todas boas mas umas eram mais agressivas do que as outras. A
canção mais feia e violenta de todas era Diamonds In The Mine. Mas era, à
mesma, muito boa, apesar de ser pior do que todas as outras. A anterior, Dress
Rehearsal Rag é uma das maiores maravilhas da obra de Leonard Cohen.
No disco Songs of Love and Hate, que
durava menos de três-quartos de hora, o segundo lado da versão vinílica é mais
maravilhoso ainda do que o primeiro. Há a obra-prima Love Calls You By Your
Name. E depois há a canção que é possivelmente a canção mais bonita e
misteriosa dos últimos 60 anos: Famous Blue Raincoat.
“There’s music on
Clinton Street/ All through the evening”...e “Yes and Jane came back by with a
lock of your hair/ She said that you gave it to her/ That night that that you
planned to go clear; did you ever go clear?”
Foi na Primavera de 1971 que me apaixonei
pelas clarividências de Leonard Cohen. Há 45 anos.
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