Legado marítimo açoriano homenageado
O Museu da Baleação de New Bedford vai
celebrar o 20º aniversário da leitura pública da obra “Moby Dick” com uma versão
em português. A mini-maratona decorrerá no dia 9 de Janeiro e terá uma duração
de quatro horas.
A versão encurtada do clássico de Herman
Melville foi escrita por Tiago Patrício, escritor e poeta português.
A leitura desse texto - uma organização
conjunta com o Consulado Português em New Bedford, o The ArteInstitute, os
departamentos de estudos portugueses das Bridgewater State University, Bristol
Community College, Rhode Island College, Brown University,
Univ. Mass Dartmouth e da PALCUS - tem início pelas três horas, terminando às
sete. Cada leitor pode ler entre três a cinco minutos do texto em causa. Não há
limite de idade de participação.
Segundo a PALCUS, aliás, a leitura em
português pretende destacar o papel dos portugueses – sobretudo açorianos - no
desenvolvimento da América no século XIX através da baleação, do comércio
marítimo e das muitas comunidades que se estabeleceram no mundo.
A própria obra de Herman Melville chama a
atenção para essa influência. No “MobyDick” descobre-se, na tripulação do
navio, Daniel, um marinheiro açoriano, da ilha do Corvo, sendo que Herman
Melville esclarece que “não poucos destes caçadores de baleias são originários dos
Açores, onde as naus de Nantucket que se dirigem amares distantes atracam,
frequentemente, para aumentara tripulação com os corajosos camponeses destas
costas rochosas”. “Não se sabe bem porquê, mas a verdade é que os ilhéus são os
melhores caçadores de baleias”,adianta, ainda, o autor.
A par da mini-maratona de leitura em
português, o Museu da Baleação de New Bedford mantém a leitura pública de 25
horas do livro de Herman Melville.
Decorre, ao mesmo tempo, a exposição
“Oásis”, de Nuno Sá, fotógrafo da vida marinha que está radicado nos Açores.
Foi na cidade de Fairhaven, no Estado de
Massachusetts, que Herman Melville embarcou numa baleeira no dia 3 de Janeiro
de 1841. O escritor viveu 18 meses no Acushnet, o navio do capitão Valentine
Peas eJr. e foi essa experiência que alimentou as
minuciosas descrições publicadas em 1851.
“Moby Dick” fala sobre um cachalote
enfurecido que trava uma batalha com os baleeiros. CA/DI
Correio dos Açores, 3 de Janeiro de 2016
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