Jorge Lage |
O episódio que vos vou contar e que fui protagonista tocou-me a
alma. Em 2003, o Município de Valpaços decidiu criar a Confraria da Castanha,
com número de pessoa colectiva, estatutos aprovados e escritura notarial.
Depois tentou-se arranjar o traje, com várias consultas, que nunca satisfizeram
o município. Dessas diligências fui ter, com a ajuda de amigo, a Penafiel, à
empresa de confecções Moura e Filhos, situada na Zona Industrial, Lote 16, na Tapadinha
– Guilhufe, concelho de Penafiel. Fiz algumas deslocações por minha conta e
risco e o traje modelo foi confecionado, pela Cristina, em veludo e custava
100€. Levado para Valpaços não obteve aprovação. O tempo foi passando para ver
se havia «fumo branco» e nada. Como já tinha passado algum tempo achei que
devia uma explicação pessoal e liquidar o custo do primeiro trajo. Deixei para
uma altura em que passasse por Penafiel. E o tempo foi correndo e nada de
passar por aqueles lados. O peso na consciência era grande e resolvi, há pouco,
enviar uma mensagem explicativa e em que pedia desculpa por todo este atraso. A
mensagem veio devolvida. Diligenciei outras pesquisas. Do outro lado atende-me
um senhor que me diz que a empresa Moura e Filhos (o patrão, o sr. Moura,
começou como alfaiate) mudou de nome e passou a chamar-se R&C Moura
Têxteis, Lda. Perguntei se a Cristina, filha do patrão, continuava lá, sendo a
resposta afirmativa, peço para falar com ela que me atende muito simpática e ao
dizer-lhe que queria liquidar o custo da confecção do trajo, ela respondeu-me
que não iria pagar nada. Depois, falou-me do meu primeiro livro que lhe ofereci
e prometi-lhe um dia levar outro mais recente. Disse-me, ainda, que se
apercebeu que estava a falar com uma pessoa séria (ou melhor, uma conversa
entre duas pessoas sérias). A generosa Cristina continua a dirigir com sucesso
a R&C Moura Têxteis, tendo uma secção de venda ao público e aceita
encomendas (rcmouralda@gmail.com,, 255726399 e fax 255726521)
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