sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Barroso da Fonte distinguido com Prémio Nacional de Poesia

 
Costa Pereira  Portugal, minha terra.

De pessoa amiga recebi um artigo de João Pedro Miranda, no qual é feita destacada referencia ao poeta e prosador Barroso da Fonte. Transmontano de sete costelos e colaborador assíduo de Tempo Caminhado, aqui fica na integra o texto em causa:



“Na tarde do último Sábado (28) decorreu no Ecomuseu- Espaço Padre Fontes, em Montalegre,  a apresentação do novo livro de poemas de Barroso da Fonte, apresentado por António Chaves e com um numeroso e qualificado público. Ao livro chamou o autor Barrosão Poesia, amoras & presunto, tem 228 páginas e a chancela da Tartaruga editora, com sede no Porto. A escritora Manuela Morais, fundou esta Editora com o intuito de homenagear seu marido, Fernão de Magalhães Gonçalves, considerado o mais fiel intérprete da obra Torguiana, era Leitor de Português na Universidade de Seul, quando (em 1988), morreu subitamente, ao lado da Esposa. Tinha 45 anos de idade e, já nessa altura, era autor de dúzia e meia de livros, sobre alguns dos mais célebres autores Portugueses e europeus. Na sequência do desaparecimento desse talentoso poeta e ensaísta, Manuela Morais, também ela licenciada nessa área do conhecimento literário, além de editar e difundir a obra deste Autor Transmontano, teve o nobre propósito de laurear, anualmente um autor nacional com o «Prémio Nacional de Poesia, Fernão de Magalhães Gonçalves». Como Barroso da Fonte completou em 2015 meio século de autor, em Livro e 62 de jornalismo, regional e nacional, foi o  escolhido para receber esse galardão que consiste em ver publicada uma obra da sua autoria e receber em ato público, na sede do seu concelho de origem, essa distinção.
 A cerimónia ocorreu, simbolicamente, no  Ecomuseu, cujo patrono é o Padre Lourenço Fontes, ex-colega e amigo pessoal do laureado que viu à sua volta cerca de uma centena de ex - condiscípulos, amigos e admiradores. Presidiu à cerimónia o Mestre David Teixeira, vice-Presidente da Câmara, por ausência comprometida antes de se conhecer a data do evento. Viveu-se ali uma tarde muito gratificante para quem pôde assistir. A mesa foi constituída pelo Representante da autarquia, da Diretora da Tartaruga, pela Viúva de Nadir Afonso, pelo Presidente da Direção da Academia de Letras de Trás-os-Montes que se deslocou, propositadamente, de Lisboa, para apresentar a obra e pelo autor da mesma. Todos usaram da palavra para justificarem a sua representação e o gosto que tinham em participar nessa cerimónia festiva, para quem ali nasceu há 76 anos e passou uma vida inteira, cheia de dificuldades e de valorização para ser um vencedor, como as várias homenagens que têm vindo a acontecer desde Lisboa, ao Porto, a Bragança, a Vila Real, Boticas e Montalegre revelam. Recorde-se que, já durante o ano em curso, juntamente com José Dias Baptista, a Câmara os havia distinguido,em  6 de Junho. Mas antes disso foi a Câmara Municipal de Vila Real, através do Grémio Literário, dia 25 de Abril e foi o Fórum galaico Transmontano, em Boticas, durante o Encontro de escritores luso-galaico que ali teve lugar.

 Barroso da Fonte, no uso da palavra, agradeceu a todos os presentes e ausentes que lhe fizeram chegar mensagens de felicitações. Começando por agradecer à Tartaruga Editora e à Câmara Municipal, afirmou:  quando a escritora Manuela Morais, me anunciou que em 2015, seria eu o autor distinguido com o prémio nacional de Poesia Fernão de Magalhães Gonçalves, pelos meus 50 anos de vida literária, ocorreu-me a ideia de partilhar esse prémio com mais três figuras Transmontanas (já falecidas): Fernão de Magalhães Gonçalves, patrono do Prémio, Nadir Afonso e Miguel Torga, além de Artur Maria Afonso, pai de Nadir, nascido na Casa da Crujeira em Montalegre.
  Gorete Afonso, Maria José Afonso e Fátima Rodrigues, leram poemas do livro que tem capa e contracapa ilustradas, a cores, com  reproduções de Nadir Afonso: a primeira produzida em 1939 e a segunda em 1938. Aquela simboliza a serra do Larouco com a Portela de Urzeira (hoje Codeçoso) a seus pés. Esta reporta-se à ponte Romana sobre o Cávado. Ora BF nasceu em Codeçoso no preciso ano em que Nadir concebeu essa obra prima. Ambas confirmam a ligação umbilical desse genial Pintor às terras onde seu pai, Artur Maria Afonso nasceu e começou a  trabalhar.
 Diga-se ainda que o Padre Fontes leu do Correio do Planalto uma notícia de 1988, noticiando a morte de Fernão de Magalhães Gonçalves. O prefácio do livro tem a assinatura de Ernesto Rodrigues, da Universidade de Lisboa que na p. 9 diz: «Fernão de  Magalhães e Barroso da Fonte triangularam, numa rara felicidade, com Torga, figura que perpassa em vários momentos daqueles, cristalizando essa tripla relação nas missivas e iconografia de Tora e Eu – Correspondência dele para mim (2007), de BF. Reúnem-se, assim, espíritos de eleição neste volume que honra um dos mais devotados cidadãos às causas pátrias e regionais, interventivo e livre. Esta edição – de Barroso da Fonte - dá a altura de um Poeta e a sua interioridade, como nenhuma crítica fará. Contra Tempo Infecundo, neste solo cresce um grão de humanidade».
 Na cerimónia da entrega e apresentação da obra viam-se, entre outras personalidades: a deputada Manuela Tender, o Presidente da AM de Montalegre, os antigos presidentes das Câmara de Montalegre, e de Boticas, respetivamente: Carvalho de Moura e Sousa Fernandes, o Juiz Conselheiro Custódio Montes, Maria Isabel Viçoso, o médico Fernando Calvão, o inspetor José Dias Baptista, o Padre Lourenço Fontes e  Alípio Afonso, todos escritores; Margarida Canedo, Fundadora e Diretora do Antigo Colégio de Montalegre; Natacha Fontes e Henrique Barroso, docentes universitários, da Universidade do Minho, a Vereadora da Educação, Fátima Fernandes, etc. Uma sessão cultural cheia de sol de outono que mais parecia de pleno Verão.

                                                                             João Pedro Miranda”.

Sem comentários:

Enviar um comentário