Costa Pereira Portugal, minha terra.
De pessoa amiga recebi um artigo de João
Pedro Miranda, no qual é feita destacada referencia ao poeta e prosador Barroso
da Fonte. Transmontano de sete costelos e colaborador assíduo de Tempo
Caminhado, aqui fica na integra o texto em causa:
“Na tarde do último Sábado (28) decorreu
no Ecomuseu- Espaço Padre Fontes, em Montalegre, a apresentação do novo livro de poemas de
Barroso da Fonte, apresentado por António Chaves e com um numeroso e
qualificado público. Ao livro chamou o autor Barrosão Poesia, amoras &
presunto, tem 228 páginas e a chancela da Tartaruga editora, com sede no Porto.
A escritora Manuela Morais, fundou esta Editora com o intuito de homenagear seu
marido, Fernão de Magalhães Gonçalves, considerado o mais fiel intérprete da
obra Torguiana, era Leitor de Português na Universidade de Seul, quando (em
1988), morreu subitamente, ao lado da Esposa. Tinha 45 anos de idade e, já
nessa altura, era autor de dúzia e meia de livros, sobre alguns dos mais
célebres autores Portugueses e europeus. Na sequência do desaparecimento desse
talentoso poeta e ensaísta, Manuela Morais, também ela licenciada nessa área do
conhecimento literário, além de editar e difundir a obra deste Autor
Transmontano, teve o nobre propósito de laurear, anualmente um autor nacional
com o «Prémio Nacional de Poesia, Fernão de Magalhães Gonçalves». Como Barroso
da Fonte completou em 2015 meio século de autor, em Livro e 62 de jornalismo, regional
e nacional, foi o escolhido para receber
esse galardão que consiste em ver publicada uma obra da sua autoria e receber
em ato público, na sede do seu concelho de origem, essa distinção.
A
cerimónia ocorreu, simbolicamente, no
Ecomuseu, cujo patrono é o Padre Lourenço Fontes, ex-colega e amigo
pessoal do laureado que viu à sua volta cerca de uma centena de ex -
condiscípulos, amigos e admiradores. Presidiu à cerimónia o Mestre David
Teixeira, vice-Presidente da Câmara, por ausência comprometida antes de se
conhecer a data do evento. Viveu-se ali uma tarde muito gratificante para quem
pôde assistir. A mesa foi constituída pelo Representante da autarquia, da
Diretora da Tartaruga, pela Viúva de Nadir Afonso, pelo Presidente da Direção
da Academia de Letras de Trás-os-Montes que se deslocou, propositadamente, de
Lisboa, para apresentar a obra e pelo autor da mesma. Todos usaram da palavra
para justificarem a sua representação e o gosto que tinham em participar nessa
cerimónia festiva, para quem ali nasceu há 76 anos e passou uma vida inteira,
cheia de dificuldades e de valorização para ser um vencedor, como as várias
homenagens que têm vindo a acontecer desde Lisboa, ao Porto, a Bragança, a Vila
Real, Boticas e Montalegre revelam. Recorde-se que, já durante o ano em curso,
juntamente com José Dias Baptista, a Câmara os havia distinguido,em 6 de Junho. Mas antes disso foi a Câmara
Municipal de Vila Real, através do Grémio Literário, dia 25 de Abril e foi o
Fórum galaico Transmontano, em Boticas, durante o Encontro de escritores
luso-galaico que ali teve lugar.
Barroso da Fonte, no uso da palavra, agradeceu
a todos os presentes e ausentes que lhe fizeram chegar mensagens de
felicitações. Começando por agradecer à Tartaruga Editora e à Câmara Municipal,
afirmou: quando a escritora Manuela
Morais, me anunciou que em 2015, seria eu o autor distinguido com o prémio
nacional de Poesia Fernão de Magalhães Gonçalves, pelos meus 50 anos de vida
literária, ocorreu-me a ideia de partilhar esse prémio com mais três figuras
Transmontanas (já falecidas): Fernão de Magalhães Gonçalves, patrono do Prémio,
Nadir Afonso e Miguel Torga, além de Artur Maria Afonso, pai de Nadir, nascido
na Casa da Crujeira em Montalegre.
Gorete Afonso, Maria José Afonso e Fátima Rodrigues, leram poemas do
livro que tem capa e contracapa ilustradas, a cores, com reproduções de Nadir Afonso: a primeira
produzida em 1939 e a segunda em 1938. Aquela simboliza a serra do Larouco com
a Portela de Urzeira (hoje Codeçoso) a seus pés. Esta reporta-se à ponte Romana
sobre o Cávado. Ora BF nasceu em Codeçoso no preciso ano em que Nadir concebeu
essa obra prima. Ambas confirmam a ligação umbilical desse genial Pintor às
terras onde seu pai, Artur Maria Afonso nasceu e começou a trabalhar.
Diga-se ainda que o Padre Fontes leu do
Correio do Planalto uma notícia de 1988, noticiando a morte de Fernão de
Magalhães Gonçalves. O prefácio do livro tem a assinatura de Ernesto Rodrigues,
da Universidade de Lisboa que na p. 9 diz: «Fernão de Magalhães e Barroso da Fonte triangularam,
numa rara felicidade, com Torga, figura que perpassa em vários momentos
daqueles, cristalizando essa tripla relação nas missivas e iconografia de Tora
e Eu – Correspondência dele para mim (2007), de BF. Reúnem-se, assim, espíritos
de eleição neste volume que honra um dos mais devotados cidadãos às causas
pátrias e regionais, interventivo e livre. Esta edição – de Barroso da Fonte -
dá a altura de um Poeta e a sua interioridade, como nenhuma crítica fará.
Contra Tempo Infecundo, neste solo cresce um grão de humanidade».
Na
cerimónia da entrega e apresentação da obra viam-se, entre outras
personalidades: a deputada Manuela Tender, o Presidente da AM de Montalegre, os
antigos presidentes das Câmara de Montalegre, e de Boticas, respetivamente:
Carvalho de Moura e Sousa Fernandes, o Juiz Conselheiro Custódio Montes, Maria
Isabel Viçoso, o médico Fernando Calvão, o inspetor José Dias Baptista, o Padre
Lourenço Fontes e Alípio Afonso, todos
escritores; Margarida Canedo, Fundadora e Diretora do Antigo Colégio de
Montalegre; Natacha Fontes e Henrique Barroso, docentes universitários, da
Universidade do Minho, a Vereadora da Educação, Fátima Fernandes, etc. Uma
sessão cultural cheia de sol de outono que mais parecia de pleno Verão.
João Pedro Miranda”.
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