Temos ouvido da parte de alguns
“senadores” da República que é tão legítimo um governo empossado liderado pelo
Primeiro-ministro em funções Pedro Passos Coelho, como um governo liderado por
Costa com o apoio das outras duas esquerdas.
Que nos desculpem, nem historicamente, nem
segundo a regra básica da democracia, se pode fazer essa argumentação.
Historicamente as esquerdas têm um passado
que não é recomendável aos princípios da dignidade humana. E nesse passado
incluímos a esquerda dos partidos socialistas. Outra coisa é a sua
social-democracia. Para quem culturalmente está distante dos acontecimentos e
convulsões históricas recomendamos um livro: “O livro negro do comunismo”. Mas
poderíamos recomendar, pelo menos, uma centena!
Quanto à regra básica da democracia (desde
os pré-socráticos, passando por Aristóteles – reveja-se o elogio Fúnebre de
Péricles -, acabando em Burke, Mill, entre outros), um governo só adquire
legitimidade com o voto popular, nas urnas! Porque legitimar quer dizer “tornar
autêntico”. E a única força politica tornada autêntica nas legislativas de
quatro de Outubro foi a Coligação de “direita”, pois foi a esta força politica
que o povo deu uma maioria, embora relativa.
Outra coisa é “legitimidade”. Qualidade de
legítimo no sentido da legalidade.
Posto isto, um provável governo das
esquerdas (derrotadas em toda a linha em quatro de Outubro), depois de um liderado
pelo vencedor irrefutável (Pedro Passos Coelho) das eleições de quatro de
Outubro, será apenas legal (porque a Constituição copiada dos países ricos
assim o determina – assunto a que voltaremos), mas nunca legitimo na verdadeira
acepção da palavra.
Não se confunda, portanto, o vinho com a
água, ou o cavalo branco de Napoleão com o tigre de Delacroix. Ambos são
mamíferos, mas de espécies diferentes!
Armando Palavras
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