quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Governo legítimo


Temos ouvido da parte de alguns “senadores” da República que é tão legítimo um governo empossado liderado pelo Primeiro-ministro em funções Pedro Passos Coelho, como um governo liderado por Costa com o apoio das outras duas esquerdas.
Que nos desculpem, nem historicamente, nem segundo a regra básica da democracia, se pode fazer essa argumentação.
Historicamente as esquerdas têm um passado que não é recomendável aos princípios da dignidade humana. E nesse passado incluímos a esquerda dos partidos socialistas. Outra coisa é a sua social-democracia. Para quem culturalmente está distante dos acontecimentos e convulsões históricas recomendamos um livro: “O livro negro do comunismo”. Mas poderíamos recomendar, pelo menos, uma centena!
Quanto à regra básica da democracia (desde os pré-socráticos, passando por Aristóteles – reveja-se o elogio Fúnebre de Péricles -, acabando em Burke, Mill, entre outros), um governo só adquire legitimidade com o voto popular, nas urnas! Porque legitimar quer dizer “tornar autêntico”. E a única força politica tornada autêntica nas legislativas de quatro de Outubro foi a Coligação de “direita”, pois foi a esta força politica que o povo deu uma maioria, embora relativa.
Outra coisa é “legitimidade”. Qualidade de legítimo no sentido da legalidade.
Posto isto, um provável governo das esquerdas (derrotadas em toda a linha em quatro de Outubro), depois de um liderado pelo vencedor irrefutável (Pedro Passos Coelho) das eleições de quatro de Outubro, será apenas legal (porque a Constituição copiada dos países ricos assim o determina – assunto a que voltaremos), mas nunca legitimo na verdadeira acepção da palavra.
Não se confunda, portanto, o vinho com a água, ou o cavalo branco de Napoleão com o tigre de Delacroix. Ambos são mamíferos, mas de espécies diferentes!
Armando Palavras


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