Comentário:
A Inveja dos pobres
José António
Saraiva escreveu no jornal “Sol”, onde é director, sobre a inveja dos ricos.
Uma análise muito bem-feita.
Em Portugal, porém, o problema
não é a inveja dos ricos, mas sim a dos pobres. Os ricos conseguem defender-se
porque têm bastantes meios. Já o pobre, se atacado pela inveja, vai penar a bom
penar.
Uns perguntarão: Quem tem inveja
do pobre? Outros dirão: O pobre não tem nada para ser invejado!
Engano deles. Não é apenas o
dinheiro que se tem que conta neste caso. Mas sim a atitude. E desde que esta
seja contracorrente, colocando interesses em questão, não faltarão os invejosos
(os ímpios) a rasteirar, a armadilhar.
O Estado português é disso um bom
exemplo. Se um pobre se destaca no serviço, não faltarão burocratas (muitos deles corruptos) a
rasteira-lo, contra todos os princípios éticos de que é formada a matriz
europeia. E fazem-no com frequência desmesurada, prejudicando o próprio Estado,
porque a “lei” não é transparente e o rasteirado não tem os meios ao alcance
para se defender judicialmente.
Em democracia plena a Lei defende
o pobre e o rico. E o magistrado apela ao que é justo. Na democracia
fragmentada (em pré bancarrota), apenas defende o rico e os ímpios.
Com a democracia a recompor-se,
alguns chegam a conhecer os calabouços, outros chegam à condenação, e ainda
outros aguardam pela acusação. É o que neste momento se passa. Contudo, o
prejuízo ao pobre ninguém o paga, embora moralmente se sinta ressarcido.
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