(O monte Farinha visto do lado sul) |
Por: Costa Pereira Portugal, minha terra.
Encarrapitada
desde as cimalhas dos montes de Ventozelos, da Tontuça, do Toumilo, e do Fragão
de São Paulo, pela Bouça da Isabel ao Coto de Campos, a freguesia de Vilar de Ferreiros,
continua dali, pelo centro da aldeia de Campos, em ascensão até ao cimo do
Monte Farinha (Nossa Senhora da Graça), local que mereceu de Torga este honroso
comentário: “Empoleirado neste miradoiro, solto os olhos por metade de
Portugal. Montes, rios e vales edénicos, genesíacos, como que acabados de sair
das mãos do Criador. A natureza na sua primitiva decência, desabitada, limpa de
toda a mácula humana. Nem sequer tocada pelo pasmo de quem a contempla”.
Percebe-se que foi anos antes das “pedreiras” terem ganho aqui o estatuto
demolidor da paisagem e do património granítico de toda a “montanha sagrada”
que o autor de Bichos fez tal apreciação. Desta “montanha sagrada” a Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira faz saber que os cumes desta pequena serra
estão coroados com “largos cordões de pedra em montão, ruínas de muros
antiquíssimos, que a tradição local diz serem obras de mouros”. Bebeu em
boa fonte que foi o Padre Augusto Ferreira, responsável pelo três últimos
volumes do dicionário Portugal Antigo e Moderno, de Pinho Leal. Nasceu, em
Corvaceira, freguesia de Penajóia, a 14 de Novembro de 1833, e faleceu no
Porto, a 17 de Junho de 1913.
(Neste quarteirão urbanístico viveu, e ainda vivem parentes do Padre Rodrigues de Morais) |
Foi
durante 49 anos, até à morte, pároco de Miragaia, embora antes tivesse sido
apresentado e colado da abadia de Távora; como primeiro havia sido
examinador prosinodal e professor do seminário de Lamego, onde concluiu o curso
do seminário em 1850. Em 1856 formou-se em Teologia na Universidade de Coimbra
e chegou a exercer as funções de Vigário Geral da sua diocese (Lamego). Colocado
na igreja de Miragaia ,em 18864, colaborou com Pinho Leal na publicação
de: "Maria Coroada ou cisma da Granja de Tedo", 1879, que é a
história de um célebre pseudo-hermafrodita, António ou Antónia
Custódio das Neves , que depois faleceu no incêndio do Teatro
Baquet. Depois da morte de Pinho Leal, em 1884, ficou interrompida a
publicação do dicionário "Portugal Antigo e Moderno", que ia no Tombo
X e no artigo Viana-do- Castelo. O Abade de Miragaia, padre Pedro Augusto
Ferreira, que fora um dos seus colaboradores, foi convidado a continuar
a obra, publicando-se assim o final do tomo X e os tomos XI e
XII. Era sócio da Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses e
“Sociedade Camoniana". A freguesia de Vilar de Ferreiros teve
no Abade de Miragaia um dos mais notáveis historiadores que dela se ocuparam.
Era amigo pessoal do padre Rodrigues de Morais, então pároco de Vilar de
Ferreiros, a quem também muito deve a nossa freguesia. Por os pontos nos “ii”,
em tempo de férias
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