Por finais de década de 50
apareceu na região do Coronado, como professor na escola do Outeiro, um
celoricense que eu conhecia de Fermil de Basto. Por respeito e na dúvida se era
ele ou não, também não me atrevi a ir a falas com ele. Um dia em casa do vigário
de São Mamede, Sr. Padre Joaquim de Sousa Ferreira e Silva, dei com ele ali
ocupado em frente duma escrivaninha, e sem perguntar nada, vai o Sr. Padre
Joaquim e anuncia: “tens aqui um homem da tua terra”. Apresentados que fomos,
dai em diante a nossa amizade estreitou-se como de irmãos se tratasse. Foi um encontro providencial, este com o
“Pascoal de Molares”, como era conhecido o Prof. José Lopes, pois deu origem à
minha primária licenciatura (4ª. classe) e do convite para iniciar colaboração
no extinto Noticias de Basto, ao tempo do tipografo “Sousa”, que gostava mais
de abelhas que do Noticias. Resisti ao convite visto que não me sentia atraído
por tão interessante meio de ocupar o tempo livre e de servir a sociedade. Mas
fui forçado por ele a entrar no redil, e
cá me conservo já lá vão mais de 50 anos! Nessa
ocasião também o vírus da magia me tinha contagiado, e por terras do
Coronado e da Maia me tinha tornado conhecido pelo pseudónimo de Jaucop. Foi
uma das etapas bonitas da minha vida em que me familiarizei com saudosos amigos
e mestres na arte de escrever e dizer, por isso entre os muitos aqui recordo um
António Senra, um Afonso Costa e outros que então me animaram a continuar a
caminhada, depois de lerem o meu primeiro
arrazoado que intitulei: “RECORDAR É VIVER. E que começava assim:
“É já no próximo dia 4 de Julho
que passa mais um aniversário (28) do Ressurgimento para o Céu de D. Bernardo
de Vasconcelos.
“Recordar é viver” disse um certo
filósofo; e, a figura de D. Bernardo nunca é demais recordá-la, visto que nos
legou exemplos de sublime transcendência moral e espiritual.
Todas as almas grandes, se tornaram
sublimes pelo sacrifício que fizeram de si mesmas a Deus. E, D. Bernardo de
Vasconcelos. foi um autêntico holocausto vivo de Sacrifício. o que ele
humildemente chamava : “Uma bênção do Céu”
A sua pequena grande vida, é um
livro aberto em cujas páginas se
encontram gravados os mais belos exemplos que devem servir de modelo aos jovens
portugueses, a essa mocidade radiante que há-de formar o Portugal de amanhã.
Compreendendo o alcance das
sublimes virtudes de Frei Bernardo, não admiro que a devoção popular lhe haja
erigido um altar em seu coração fiel e crente”.
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