Por: Costa
Pereira
Conheço mal, mas ficaram–me na retina as imagens paisagísticas que recolhi nas
diversas vezes que passei por Penacova quando antes da barragens da Aguieira o
melhor trajecto de quem ia de Lisboa para os lados de Vilar Formoso era o que
passava pelo Porto da Raiva. Já então os penacovenses tinham bem aproveitada a
sua praia fluvial que as águas descidas da Estrela, do Planalto Beirão e das
Rãs, através do Mondego, que carregado com as do Dão e do Sátão
tornam aquela estância apreciada e concorrida na época em que o calor
aperta. Pese entretanto o mal que sofreu com a Aguieira e a IP3, em
termos de movimento rodoviário e no comercio tradicional de peixe do rio como a
propósito da lampreia consta num desdobrável: ” E não eram poucos os
que desciam até à beira do Mondego para escolher as lampreias que se mantinham
vivas em caixas de madeira”.
Resta-lhe o rio Alva que lá de Alvoco da Serra ali vem ter em cenário magnifico
e surpreendente para quem procura um contacto mais estreito com a natureza. As
barragens são como as auto-estradas só se notam nas terras de implantação
quando estão a ser construídas depois de prontas fica um banho de desilusões.
Mas ainda que prejudicados com a perde de muito do seu património original os
penacovenses têm sabido aguentar as intromissões do tempo e dos homens que nem
sempre são conformes com a ordem natural. De forma que naquilo em que o seu
labor possa servir aí os temos empenhados na defesa, zelo e recuperação do
património histórico, cultural e urbanístico desta sedutora vila do distrito de
Coimbra. Penacova tem no mosteiro de Lorvão o seu monumento mais notável e
motivo de orgulho da sua gente e admiração de quem o visita. A sua origem
remonta ao século VI. Em 1205 sofreu uma profunda reforma. Reforma que fez de
Lorvão a primeira comunidade feminina da Ordem de Cister em Portugal. Por volta
de 1337 o mosteiro foi colocado sob a invocação de Santa Maria.
Como é costume das revoluções, a de 1820 provocou aqui a decadência da
comunidade, dando origem ao inicio da depredação de todas as riquezas
acumuladas ao longo de séculos. Espoliadas dos seus bens, as ultimas monjas de
Lorvão acabaram praticamente na miséria. A quase totalidade do que resta hoje
em Lorvão é fruto das reformas dos edifícios operadas nos séculos XVII e XVIII.
A igreja é uma construção magnifica levada a cabo entre 1748 e 1761.
Além do património histórico, Penacova tem um dos maiores conjuntos de moinhos
de vento de Portugal que surpreendem o visitante nas serras da Atalha, Aveleira
e Roxo, Gavinhos, Paradela e Portela de Oliveira. O mesmo sucede com as azenhas
nos leitos do Alva, Mondego e das diversas ribeiras que correm por esta
maravilhosa e frondosa terra de bons ares e bons comeres. O apetite para este
post, surge de um passeio que deu um amigo meu e por lá se lembrou de
mim, trazendo um desdobrável informativo que aproveitei
para fazer este. E também para confirmar que de facto
conheço mal Penacova, como vão ver na transcrição de um comentário que me
fizeram a um post que publiquei com o titulo Furo da Generosidade, em
22-10-2008, no blog Na Retaguarda, onde sou corrigido, e com razão, por ter
chamado "área de serviço" ao que é apenas um "parque de
descanso". Como não bastasse localizei-o no Porto da Raiva, quando ele se
situa na IP3 junto a Penacova. Resultou que desse comentário se fez luz acerca
da ignorância que por vezes também demonstramos na noticia. Mas a Sandra
explica melhor: “Peço desculpa mas fiz confusão com as legendas e na
foto com a legenda: "Algures na descida das Penhas da Saúde, para
aliviar...", de facto não sei onde fica. Mas a seguinte: "Porto da
Raiva- área de serviço" tenho a certeza absoluta que a legenda não está
correcta porque no Porto da Raiva, uma aldeia do Concelho de Penacova (e não
Pena Cova), não há nenhuma área de serviço, apenas 2 restaurantes: Boa Viagem e
Mondego, conhecidos pelo seu arroz de Lampreia, entre outros pratos. No
entanto, esse local, essa estação de serviço, pertence ao concelho. Chama-se
"Bar 21", fica na descida para Penacova (IP3, km 21) junto à vila de
Penacova, perto de Lorvão, da Barragem da Aguieira e Barragem do Coiço (ou
Raiva, como preferir. Entre outros pontos de interesse. Pelo nome do bar
consegue a localização no Google Maps.O Porto da Raiva fica a cerca de 10 km
mais à frente do "Bar 21".Fica a correcção”. E eu
agradeci, mas fiquei na dúvida quando em comentário
anterior tinha posto em dúvida uma outra legenda minha que figura no mesmo
post. Para conhecer passear ou ler.
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