terça-feira, 24 de março de 2015

Bargantes



Um país que ainda se rege por “leis” promulgadas por um ex primeiro-ministro detido pela Justiça e por uma ministra condenada pela mesma a três anos e meio de pena suspensa por nepotismo, não pode ir longe. Mais grave ainda é esta maioria que nos governa sabê-lo e nada fazer para modificar o status quo. Nada que nos traga grande admiração, na medida em que excluindo o Primeiro-ministro e quatro ou cinco ministros e secretários de estado (e de certa forma o vice primeiro-ministro), os restantes elementos do governo são meninos de coro comparados com a tralha que nos levou à bancarrota.
José Sócrates e a sua camarilha são a prefiguração de um desastre de décadas para o país. Levaram a Nação à bancarrota, por puro nepotismo, promulgando “leis” estapafúrdias que apenas favoreceram amigos e familiares. É triste dizê-lo, mas os processos utilizados por essa “governação” só têm paralelo nas governações estalinista e nacional-socialista. E, como estas, também aquela foi manipulada, escondendo ao povo, através dos interesses (fossem de que ideologia fossem), a verdadeira realidade.
Anarquizar o sistema, destruindo para reconstruir como bem entendessem com uma “legislação” escabrosa, arbitrária que permitia, aos lacaios, prejudicar os que “não eram da cor”. Pior ainda, os que não eram da sua condição social! Ou seja, quem lhes podia tolher as patifarias.
Para o conseguir, havia que dominar os principais ministérios. Que, a seu tempo, haviam de “legislar” para um grupo de amigos, colocando-os nos departamentos e nas direcções convenientes.
Maria de Lurdes Rodrigues, conhecida pelas suas simpatias anarquistas, em 2007, aniquilou professores específicos (a quem foi propositadamente, como se fez nos países estalinistas, sonegada informação através dos lacaios colocados em posições estratégicas), perseguindo-os (por invidia) com uma “legislação” sem paralelo, seja em democracia, seja em ditadura, impedindo-os de prosperar, impondo-lhes critérios de uma mediocridade atroz em termos de progressão na carreira.
A. Passos CoelhoPior que no tempo do Doutor Salazar como bem recorda o escritor transmontano António Passos Coelho, no seu romance Caramulo, ao denunciar os processos a que certos intelectuais foram sujeitos.
Foi-lhes retirada uma bonificação para a qual investiram tempo, dinheiro e trabalho durante três anos! E de seguida, sem escrúpulos, repetiu-se a dose para os que fizeram o mesmo investimento durante cinco anos! Razão tinha Aristóteles. O filósofo que influenciou o pensamento europeu durante 1500 anos, a dado passo dizia que todos os homens são criados desiguais e as classes superiores rebelar-se-ão de imediato se uma igualdade não natural for forçada.
A multidão é pateta. A austeridade foi muita. E há-de ser muita mais, vá para o governo quem for em Outubro deste ano. Queira ou não queira a multidão, a austeridade está para durar pelo menos duas décadas! Mas não é com a austeridade que esta maioria vai pagar o preço respectivo. É com a sua “estupidez”, ao não corrigir (ministério a ministério, profissional a profissional) aquilo que esses escroques fizeram. Como diria Kant, fazer o que está certo, ou como propõe Stuart Mill (Da Liberdade), emendar o erro para não prejudicar terceiros. Como, em Portugal, fizeram Francisco Sá Carneiro e Cavaco Silva.
Importa assim perguntar: Que razões “supremas” levam um país a ser governado por “leis” que foram promulgadas por um ex primeiro-ministro preso e por uma ex ministra condenada pela Justiça? Talvez as mesmas que encaminharam o país para o abismo! - Bancarrota.
Armando Palavras


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