Abade Guedes |
Começando por combater a pobreza
vizinha com fazer casa dos pobres, e à Caritas pedir apoio alimentar. Seguiu-se
o empenho em ver a rede escolar a contemplar todo espaço da freguesia e por
isso bateu-se pela criação de um posto escolar em Vila Chã, que conseguiu. No
cumprimento do seu múnus sacerdotal e no zelo pelo património paroquial e
defesa os direitos da freguesia, muitas vezes foi forçado a perder a paciência
e dizer o que não queria.
Quando hoje vejo pessoas a
queixarem-se da crise que se vive, vem-me à memória os primeiros anos em que
este zeloso sacerdote veio, como coadjutor do Abade Miranda, para Vilar de
Ferreiros; o único meio locomotivo de então eram as pernas, e para atender os
fregueses nos diversos lugares, dava mais trabalho aparelhar o cavalo do que ir
a pé. Lembra-me de uma vez, no pino do
Verão, ir com ele a Covas levar os “últimos sacramentos” a um enfermo”,
deixando o jantar por comer no prato. Outra, de com ele, pelas Richeiras e
Caminho Novo, subir ai “Iteiro da Senhora”, onde o vi, e ajudei também, de pano
na mão, a limpar o pó das imagens e do altar de Nossa Senhora.
Os anos passam e pesam sobre quem
carrega com eles. Mas o importante é que no trajeto fique rasto, e o abade
Correia Guedes, o “ Padre da Senhora da Graça” enquanto pároco de Vilar e
presidente da Irmandade deixou bem
visíveis as suas pegadas no santuário do Monte Farinha, com obra admirável e
digna de louvor. Desde a sua ordenação em 1957, que o Padre Manuel Joaquim
Correia Guedes - natural de Torgueda – Vila Real, onde nasceu 04 de Julho de
1932 -, foi colocado ao serviço do concelho de Mondim de Basto, primeiro em
Pardelhas e Campanhó e quatro anos depois em São Pedro de Vilar de Ferreiros, a
12 de Janeiro de 1961. Onde por ter resignado deixou de paroquiar a 04 de
Outubro de 2013, mas por considerar esta terra como sua, continua habitar a
residência paroquial e a dar apoio ao Arciprestado do Baixo Tâmega, em
particular ao novo pároco que o veio substituir.
Entretanto foi nomeado Capelão da
Santa Casa da Misericórdia de Mondim de Basto, onde vai à segunda, quarta e
sexta-feira. Por muito que se tente contabilizar as virtudes e serviços
prestados ao nosso concelho por este sacerdote, as contas acabaram sempre
erradas por insuficiência de gratidão. Que nesta sua mais recente missão, a
Misericórdia Divina ajude no levar da cruz de cada dia, não de rastos, mas bem
erguida como é timbre deste verdadeiro gigante do amor à Igreja e homens filhos
de Deus.
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