Por: Costa
Pereira
Por informação de
pessoa amiga, soube agora da morte de um distinto mondinense com quem mantive
amistoso relacionamento, sem no entanto nunca
dar divulgação disso para não ferir a sensibilidade daqueles a quem custa aceitar que ser adversário, não
é ser inimigo. Era filho de um mondinense amigo da terra e da cultura popular
das suas gentes, que não fora arvorar-se em defensor de uma causa cuja cobiça
era o seu único argumento legítimo, além de um excelente etnógrafo, o autor de
“Nossa Senhora da Graça, em Mondim de Basto” teria também oportunidade de ficar
na história local como um bom bacharel em Direito. Foi o saber-me adversário de
seu saudoso pai, na defesa dos direitos históricos e jurídicos de Vilar de
Ferreiros, na Ermida do Monte Farinha, que nos aproximou e fez amigos. Ele
sabia que eu era admirador dos trabalhos etnográficos e de recolha de dados
históricos de interesse concelhio que seu pai editou. Como também sabia que na
nossa contenda esteve sempre presente um amor desmesurado de nós ambos ao nosso
torrão, que longe de separar uniu e deu mais fama ao concelho de Mondim e à
região de Basto. Não é por mero acaso que a 02 de Novembro de 2009, em livro
que me foi ofertado pelo saudoso Jaime Camões Borges de Castro, Estudos
Mondinenses, fez constar esta dedicatória: “ Ao senhor Costa Pereira ofereço o livro do meu saudoso pai que, se
fosse vivo, ficaria, com certeza, satisfeito por tal iniciativa. Um abraço”.
Há muito que se me
queixava da pouca saúde que tinha, evidenciada na doença de alzheimer que
influiu no seu passamento, ocorrido no passado dia 14 deste mês de Fevereiro.
Os últimos anos gastou-os num vai vem, do Porto para Barcelos, onde tinha uma
quinta, e de Barcelos para o Porto, onde
tinha residência. Como muitos outros conterrâneos, era mais um mondinense da
diáspora, mas que muito amava sua terra,
a vila de Mondim de Basto, onde nasceu a 28/07/1939. Nessa condição os restos mortais ficaram na
diáspora, mas foi celebrada missa do 7ºDia na igreja paroquial de São Cristóvão
de Mondim, onde a presença de muitos familiares e amigos se fez notar
sufragando a alma do saudoso extinto. Era filho do Dr. António Borges de Castro
e D. Gabriela Ribeiro Camões, e casado com D. Maria Helena de Sousa Ribeiro da
Quinta Borges de Castro. As almas nobres não morrem.
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