sábado, 14 de fevereiro de 2015

A tabuada e o quadragésimo quarto prisioneiro

No tempo em que os da geração de 60 fizeram a antiga quarta classe, tinham como base de apoio na aritmética, um livrinho (com cerca de 30 páginas) que se intitulava “tabuada escolar ratinho”. O seu autor era Alfredo Cabral, e era editado pela extinta papelaria Fernandes.
Iniciava com os números de um a cem. Continuava com as ordens e classes, as quatro fundamentais operações, explicava a prova dos nove, passava pelos numerais, e ia por aí adiante terminando nos dez mandamentos do bom aluno.
Não havia ninguém dessa geração que não soubesse traulitar o conteúdo do livrinho. E a que propósito trouxemos o livrinho à baila? A propósito dos numerais e dos professores.
A qualquer momento nos órgãos de comunicação social (cujos quadros possuem habilitações ao nível de licenciatura, ou mais) ouvimos algo como isto: fulano tal “chegou à meta no lugar 32”, ou “a atleta ... terminou a prova no lugar 55”, ou melhor ainda, a respeito do antigo primeiro-ministro José Sócrates, “o preso nº 44 de Évora”.
O que nos ensina o livrinho do ratinho é o seguinte: Os numerais dividem-se em Cardinais, Ordinais, Proporcionais ou Multiplicativos. E dá exemplos. A propósito do “ preso nº 44 de Évora”, deve dizer-se, diz-nos o livrinho, “ o preso quadragésimo quarto de Évora”. Porque é um numeral ordinal (que diz respeito à ordem ou posição numa série numérica). Isto é elementar!
Perante isto, pergunta-se: Que forças “obscuras” estiveram por trás da perseguição a  professores especificos?
A elas voltaremos.
Armando Palavras


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