Há mais de duas décadas, Valente de Oliveira, antigo ministro
dos governos do então Primeiro-ministro Cavaco Silva, fundou um Instituto
Superior da Administração pública. Ali acorreram e fizeram formação superior
quadros dos vários quadrantes políticos.
Uma formação séria, decente, levou-os a ocupar os lugares mais elevados do
Estado.
Durante a década de
governação de Anibal Cavaco Silva, a Administração do Estado, com os defeitos
próprios das sociedades humanas funcionou na “perfeição”. Estivesse no alto
cargo da Administração quem estivesse, fosse da ideologia que fosse: PCP, PS,
CDS, PSD, ou outros. O cidadão, melhor dizendo o profissional sabia que não era
prejudicado por patifes. Havia mecanismos “naturais”, sobretudo éticos (apreendidos
no Instituto) que impediam o seu prejuízo. E havia mecanismos de defesa legais
(quando as leis eram leis – e não “apêndices”) que impediam os patifes
impelidos pela invidia de prejudicar fosse quem fosse. Foi o tempo em que a
justiça se impôs à impunidade.
Vem isto a propósito do último caso de corrupção conhecido: o
dos Vistos Gold que atingiu cargos elevados do Estado, provocando a demissão do
ministro da tutela.
A dada altura, o tal Instituto desapareceu. Porquê? Porque
havia necessidade, por parte de certos sectores sociais, em “meter” os amigos
nesses lugares. A falta de ética, de valores, impediu que fosse feito o
correcto.
Certos indivíduos, por influência politica, ocuparam esses
cargos, chegando a ministros (as). Hoje estão a contas com a justiça.
Mas essa corrupção está espalhada por toda a Administração,
do mais alto ao mais baixo: nas chafaricas das várias repartições …
Os presumíveis patifes do caso Vistos Gold não fogem à regra.
São fruto dos interesses sobrepostos ao bem geral. Mas sobretudo, fruto de uma
governação escabrosa, promotora de uma cultura cacique onde a interpretação da
“lei” justifica a estupidez, iniciada em 2005, terminada (?) em 2011 (a muito
custo) e que levou o país à bancarrota.
Sem comentários:
Enviar um comentário