Portugal, minha terra. |
A vila de Caimbambo dá uma ideia de como
ficou Angola com a guerra fratricida que só recentemente parece ter terminado.
Embora o "morro da vitória" que entre Caimbambo e Cubal é tido como
que emblema vitorioso da região, no terreno não há disso sinal assim tão
evidente. Mas também é certo que "Roma e Pavia não se fizeram num dia".
Isto para também dizer que "um azar nunca vem só ". No dia 30,
2º-feira, manhã cedinho aí vai de novo a família Pereira em demanda das alturas
do planalto central angolano, desta vez na expectativa do mau tempo não
fazer das suas. Mas ali quando não é do casaco é das calças. Não
tínhamos saído há uns 15 minutos de casa e já o azar nos começou a perseguir,
com o motor do jipe a não querer responder. Tínhamos já passado o "Morro
dos Irmãos Gémeos" e alcançado as proximidades da "Pedra que
Beija", onde aqui se foi mesmo a baixo, e adeus, Huambo!
Numa terra onde a carência de serviços é
elevada, só quem de facto tem alguma influência e bom relacionamento social
consegue dar a volta às situações. Num lugar isolado e sem rede para comunicar,
valeu entretanto passar um taxe (uma motorizada) que cobrando 1000 kwanzas
transportou a Drª Gisela ao local de partida , em busca de socorro, enquanto os
pais ficaram no deserto a guardar o jipe.
Não demorou que uma equipa de pessoal
técnico, ao serviço da AAA, dirigida pelo Sr. Haleka surgisse ali para reparar
a avaria. Mas depois de várias experiências fomos aconselhados a regressar a
Caimbambo, para ver o problema com mais cuidado. Para ser franco até nem
desgostei do azar, pois prestou-se a desfrutar de mais uns bons momentos de
convívio agradável com aquele pessoal simpático que encontrei nos escritórios
da Ação Agrária Alemã e de voltar a ver os porcos e as cabras a pastar na rua.
Neste embondeiro ao lado dos escritórios
entretive-me várias horas ao fim do dia a ver as cabras saltarem estas pedras e
aqui passarem a noite, sempre muito barulhentas e em alerta
Eram 08h09, desse dia 30, quando numa 2ª
tentativa para regressar ao Huambo partimos de Caimbambo. O 2007 que figura no
foto deve-se ao facto de eu não ter tido o cuidado de acertar as datas na minha
máquina digital. Mal sabia eu que ainda nesse dia havia de voltar a ver esta
escola, e miúdos a saltarem muro, não o da vergonha..., embora pareça.
Na véspera até me deliciei ao parar ali
para ver e admirar a escultura natural que daquele lugar ermo é atrativo, mas
quando no dia seguinte fui forçado a permanecer lá de sentinela ao jipe, ó meus
amigos, quais pedra que beija, qual quê! Valeu enxergar, não muito afastado
dali, pessoas de trabalho que atravessando a estrada se dirigiram para uma casa
de campo para logo me sentir mais seguro no meu posto...Tirei foto para
registo.
Por certo, casa que foi de antigo e
modesto fazendeiro, e agora está a ser reconstruida, para quê não sei.
Continua
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