quarta-feira, 11 de junho de 2014

Costa Pereira - Um 10 de Junho a lembrar 79…



COSTA PEREIRA
Portugal, minha terra.
Hoje festejou-se na cidade da Guarda o Dia de Portugal e do seu Anjo, em que Camões também envergonhadamente se recorda. Assim vem sucedendo à décadas e desde que comecei a ter disso consciência procuro viver a festiva celebração. No jornal é que das ultimas vezes que comentei o evento foi no Noticias de Chaves, de 1 de Junho de 1979, para então opinar:
 "Mais uma vez o Dia de Portugal vai ser comemorado e efusivamente festejado em todos os cantos onde existam portugueses de têmpera e que o vírus anti-patriotismo não conseguiu afectar.
Vila Real vai ser este ano o fulcro das celebrações da histórica efeméride, o que para nós é motivo de especial regozijo derivado ao facto do acontecimento pretender mostrar a sua verdadeira imagem, fugindo para tal dos atoleiros da política oportunista de modo a reencontrar-se com a realidade patriótica e camoniana. Está portanto de parabéns a capital da mais generosa e desprezada província deste Jardim á beira mar plantado e de parabéns estão também todos quantos directa ou indirectamente permitiram à Princesa do Corgo festejar com honras maiores o Dia de Camões neste ano de 1979. Bem hajam.
Sejam, pois, bem-vindos a Trás-os-Montes os ilustres mensageiros do lusitanismo, os senhores do mando e aqueles que não acreditaram ainda na pureza e na razão do povo transmontano. Vinde e tomai Camões por conselheiro:

“Vereis amor da pátria, não movido
do rémio vil, mas alto e quase eterno;
que não é prémio vil ser conhecido
por um pregão do ninho meu paterno.
Ouvi: vereis o nome engrandecido
daqueles de quem sois senhor supremo,
e julgareis qual é mais excelente,
se ser do mundo Rei, se de tal gente”

Com a nossa hospitalidade, o nosso bairrismo e a nossa divisa quase josesiana “ Fazer bem sem olhar a quem”, os forasteiros que no dia 1O de Junho visitarem Vila Real sairão dali convencidos de que Portugal jamais deixará de ser PORTUGAL, porque se não houver outros, os co-provincianos de Diogo Cão estão prontos para sozinhos o exigir.
Para finalizar este apontamento resta-me lamentar que o Dia da Raça não tenha merecido por parte da Comissão Nacional das Comemorações do ano passado o mesmo critério d’ agora para com a cidade de Chaves, o que então impediu a gente do Alto Tâmega poder associar Camões ás celebrações dos XIX séculos da fundação de Aquae Flaviae e de nessa ocasião Trás-os-Montes se ter mostrado a todo o mundo camoniano”. É prosa, já com 35 anos, mas sempre atual....

Este ano foi celebrado na Guarda, a cidade mais alta de Portugal, Silva Peneda como Comissário das Comemorações abriu a sessão solene em que Cavaco Silva condecorou 38 personalidades entre elas o mágico Luís de Matos. Oxalá com artes mágicas a coisa vá.

Atentas as três figuras responsáveis pelo bom funcionamento das instituições publicas e politicas do país, escutam as palavras certas e acutilantes do orador que frisou bem "Vivemos uma crise que ainda não tem solução". Assim não pensam os opositores ao Governo que partidários da bagunça se fingem defensores dos mais carenciados para defender os seus chorudos vencimentos. Ninguém com cabeça pensadora, acredita que sejam os pobres desempregados, a dar-se ao luxo de aparecerem onde quer que vá o Primeiro Ministro ou o Presidente da Republica com arruadas e exigências que a situação económica de Portugal não permite satisfazer.

A esposa do Primeiro Ministro, Laura Garcês Ferreira e a Primeira Dama, Dr.ª. Maria Cavaco Silva, na plateia, também atentas ao que dos maridos dizem e eles com paciência escutam, quando não são intervenientes.


Foi um dia de festa que para o Presidente da Republica, Dr. Cavaco Silva, nunca mais vai esquecer e certamente também os profissionais de manifestações itinerantes não, uma vez que foram admoestados pelo Chefe do Estado Maior do Forças Armadas, e com razão.

Terminado o discurso de abertura, que rodeado das figuras mais representativas do Estado, Cavaco Silva ouviu atentamente, foi a sua vez de retomar a palavra que os opositor ao Governo entendem nunca concordar, e os que tem a responsabilidade de cumprir acordos e tapar os buracos que outros abriram, se não inteiramente satisfeitos, lá vão tendo um Presidente e Portugal um Governo que se diz apostado em recuperar a economia nacional e a respeitar os compromissos internacionais.

Já recomposto da indisposição que sentiu ao iniciar o seu discurso, o senhor Presidente da República falou, mas como é natural não é fácil convencer todos quantos querem dar a sua opinião. E se é certo que com palavras não se resolvem os problemas, muito menos com promessas e facilitismos, que foram a causa do desastre que se abateu sobre Portugal, e que todos estamos a pagar caro. E como ninguém gosta de perder privilégios, vai de atacar quem está ao leme, hoje é o Passos e o Cavaco, amanhã é o Seguro ou Costa. Quem não tem não pode dar. A Guarda esteve em festa, festa merecida que se não fosse os bota a baixo, teria muito mais brilho e significado.


Foi mais um 10 de Junho que encerrou com o Hino Nacional cantado por este excelente coro e todos os participantes em pé a cantar também.

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